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Água não vai chegar a 76% da população angolana em 2022 como prevê Governo

LUSA
25-09-2019 18:22h

Cerca de três em cada cinco angolanos têm acesso a uma fonte segura de água e a metas do Governo de atingir 76% da população, em 2022, "não serão alcançadas", refere um estudo de um instituto sul-africano.

Denominado “Relatório – O Caminho Atual: Angola Rumo ao ano 2050”, o estudo, que integra variáveis geográficas, económicas, energia, infra-estruturas, saúde, entre outras, baseadas no programa Futuros Internacionais (IFs, na sigla inglesa), refere que “pouco progresso foi feito no aumento da disponibilidade de fontes seguras de água” em Angola.

“No momento, o IFs estima que cerca de três em cada cinco angolanos têm acesso a uma fonte segura de água, traduzindo-se em 13 milhões de pessoas sem acesso à água potável”, assinala o estudo, observando que a taxa “é ligeiramente abaixo da média” para os países de baixos rendimentos de África.

Para os autores do estudo, apresentado, na terça-feira, em Luanda, pelo Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) e o ISS o crescimento rápido da população angolana vai concorrer para o aumento de pessoas sem acesso à água.

“Graças ao crescimento rápido da população, a população sem acesso à água potável deve continuar a crescer até 2040, alcançando um pico de mais de 18 milhões de pessoas”, aponta.

Segundo o relatório, o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022 estabelece a meta do Governo angolano de aumentar a taxa de acesso urbano à água potável de 60 por cento em 2017 para 85 por cento em 2022 e a taxa de acesso rural à água potável de 66 por cento em 2017 para 76 por cento em 2022.

No domínio do saneamento básico, o programa Futuros Internacionais estima que dois de cinco angolanos têm acesso a instalações sanitárias melhoradas e, embora seja uma taxa melhor do que a média dos países de baixos rendimentos de África, é aproximadamente sete pontos percentuais abaixo da média para o resto dos países de rendimentos médios-baixos de África.

“Isso traduz-se em 18 milhões de pessoas sem acesso a uma instalação sanitária melhorada em Angola”, refere o estudo.

O projeto é financiado pela fundação alemã SeidelHanns e pela Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA).

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