No passado dia 20 de Setembro, realizou-se a Conferência da Ordem dos Médicos para assinalar os 40 anos do SNS. Um encontro que juntou várias gerações de médicos para debater temas relacionados com os futuros desafios do SNS.

Em declarações aos jornalistas, o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou que haverá um aumento das vagas na formação de internos. Depois da auditoria que está a decorrer para garantir a qualidade na preparação dos novos profissionais, o número total de candidatos a médico poderá chegar a 1800 vagas.

Relativamente à necessidade de investimento no SNS, Miguel Guimarães é da opinião que essa evidência é "impossível de compatibilizar com as boas contas públicas". O Bastonário da Ordem dos Médicos diz compreender a posição do Ministro das Finanças, mas aponta responsabilidades à tutela da pasta da Saúde. Afirma ainda que, no dia em que a Ministra da Saúde se impuser em prol do SNS, os portugueses estarão do lado dela.

Quanto às Carreias Médicas, duas das mais importantes personalidades da Saúde estão de acordo em relação à importância da sua existência, seja no setor público, seja nos setores privado e social. O ex-Ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes alega que a ausência desta abrangência nas carreiras médicas poderá comprometer a independência dos profissionais, e o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, sustenta que a constante necessidade de prestação de provas é fundamental para que os médicos possam atualizar em permanência os seus conhecimentos.

Alberto Campos Fernandes falou ainda sobre o tema do regime de exclusividade no SNS, demonstrando resistência se isso implicar uma obrigação para os profissionais. O ex-Ministro da Saúde defende que o gosto pelo SNS se ganha e não pode ser uma imposição, e entre algumas ideias para modelos de exclusividade que, no seu entender, poderão funcionar, alerta que uma ordem para que os médicos se fixem no SNS levaria à debandada geral destes profissionais.