O presidente da Câmara do Funchal manifestou hoje a sua "total compreensão" pela decisão do Presidente da República de cancelar as comemorações do 10 de Junho na região, propondo que a cidade seja palco do programa no próximo ano.
O Presidente da República cancelou as comemorações do 10 de Junho deste ano, que se iriam realizar na Madeira e na África do Sul, devido à pandemia da covid-19, confirmou à Lusa fonte de Belém.
Marcelo Rebelo de Sousa comunicou esta decisão por carta ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e às autoridades da Madeira, adiantou a mesma fonte.
"Considerando as circunstâncias atuais de pandemia covid-19, cujos efeitos se vão ainda estender por largas semanas, vejo-me constrangido a decidir a anulação das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que estavam previstas no mês de junho para o Funchal e junto das comunidades portuguesas na África do Sul", lê-se numa carta a que a agência Lusa teve acesso.
"Lamento naturalmente tal decisão, mas a situação atual a isso exige", acrescenta o chefe de Estado, na mesma carta
Na missiva enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Câmara do Funchal, Miguel Silva Gouveia, escreve que, "dadas as circunstâncias, é com total compreensão e solidariedade que recebemos a decisão do Sr. Presidente da República".
O autarca acrescenta a "determinação da Câmara Municipal do Funchal em fazer tudo o que estiver ao seu alcance no sentido de salvaguardar a saúde pública, manter em funcionamento os serviços essenciais e promover o bem-estar económico e social da população".
Miguel Silva Gouveia expressa ainda a "total disponibilidade do município do Funchal para, logo que existam condições”, se comemorar naquela “nobre e leal cidade, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrando simultaneamente a vitória coletiva sobre a epidemia".
"Será uma honra e propomos que assim seja no próximo ano", conclui.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Dos infetados, 191 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
No arquipélago da Madeira, o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE) atualizou na quarta-feira para 20 o número de infetados, mais quatro do que na terça-feira.