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Covid-19: Associação pede ao Governo que apoie uso da bicicleta nas deslocações

26-03-2020 12:44h

A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI) apelou ao Governo que apoie a utilização da bicicleta para as deslocações durante a pandemia covid-19, assegurando que o seu uso não coloca as pessoas em perigo de contágio.

“A MUBI apela a que, no combate à pandemia covid-19, o uso dos modos ativos de deslocação seja apoiado, garantindo maior segurança a quem se desloca a pé e em bicicleta, e encorajado como opção preferencial nas deslocações necessárias”, escreveu a associação numa nota dirigida ao Governo.

De acordo com a MUBI, as pessoas mantêm uma distância de dois ou três metros, de bicicleta, para evitar contágios, tendo também menor propensão para tocar em objetos potencialmente contaminados no espaço público.

A associação salientou, ainda, que as autarquias deverão analisar a implementação de infraestruturas temporárias de emergência, como ciclovias, alargamento de passeios e encerramento de algumas ruas ao tráfego motorizado, por forma a garantir maior segurança a quem se desloca a pé ou em bicicleta.

“A bicicleta tem um papel importante na manutenção da resiliência dos sistemas de transporte, proporciona serviços de distribuição e entregas, substitui viagens em automóvel e ajuda a descongestionar os transportes públicos”, pode ler-se no documento.

A associação defendeu, por outro lado, que o regime de exceção de suspensão de atividade deve também abranger os estabelecimentos de manutenção e reparação de bicicletas e, eventualmente, ser alargado às lojas de venda de bicicletas.

Para a associação, deve ser equacionada, também, a imposição de velocidade máxima de 30 quilómetros por hora aos veículos motorizados dentro das localidades.

A MUBI, sublinhou ainda que as autoridades competentes devem ter uma fiscalização mais intensa e diligente na redução de comportamentos de risco.

Contribuindo para o bem-estar físico e mental, o uso de modos ativos de deslocação traz enormes benefícios sociais e de saúde pública, segundo a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta.

“[O uso de modos ativos] reduz os riscos de doenças cardiovasculares, vários cancros, demência e diabetes, condições que afetam uma parte importante da população e que podem aumentar o risco de consequências graves para quem contrair a covid-19”, frisou.

Portugal regista hoje 60 mortes associadas à covid-19, mais 17 do que na quarta-feira, e 3.544 casos de infeção, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.​​​​​​​

Quase 22 mil pessoas morreram em todo o mundo infetadas por covid-19, de acordo com um balanço feito pela Agência France Presse (AFP) a partir de dados oficiais divulgados hoje às 11:00.

De acordo com este balanço, o novo coronavírus matou 21.867 pessoas em todo o mundo desde que surgiu em dezembro.

Foram registados 481.230 casos de infeção em mais de 182 países e territórios desde o início da epidemia.

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