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Covid-19: Universidade de Aveiro passa a fazer testes nos seus laboratórios

26-03-2020 12:05h

Os laboratórios da Universidade de Aveiro vão passar a realizar testes de rastreio à covid-19, em amostras biológicas recolhidas nos hospitais da região de Aveiro, anunciou hoje fonte académica.

A Universidade de Aveiro (UA) tem capacidade para realizar até 200 rastreios por dia ao material biológico recolhido nos estabelecimentos de saúde.

Os primeiros rastreios vão começar no dia 30 de março no Instituto de Biomedicina (ibimed), uma das unidades de investigação da UA.

“Estão reunidas na UA as condições para ajudar a região na monitorização da covid-19”, garante Artur Silva, vice-reitor para a área da Investigação.

Segundo aquele responsável, as condições disponíveis “garantem a segurança, não só dos profissionais que estarão envolvidos no rastreio, como também da comunidade académica em geral”.

“Nos últimos seis anos, a UA criou um conjunto de novos laboratórios de Medicina Molecular, incluindo laboratórios para o estudo de vírus respiratórios, tendo recentemente obtido um importante projeto da União Europeia no valor de 900 mil euros, na área da virologia, em parceria com as Universidades de Leiden e de Munique”, refere a informação da Universidade.

Artur Silva assegura que “os novos laboratórios do Departamento de Ciências Médicas (DCM), criados no âmbito do plano de desenvolvimento do ibimed, reúnem as condições recomendadas pela Organização Mundial de Saúde para a realização de testes de rastreio do SARS-cov-2”.

“Os testes serão realizados em quatro laboratórios com nível de biossegurança elevado (BSL2), com pressão negativa, ar filtrado com filtros HEPA, câmaras de fluxo laminar de nível de segurança BSL2 e sistemas de esterilização por UV”, descreve.

O responsável acrescenta que “estes laboratórios têm ainda um sistema de esterilização térmica de material biológico que garante a destruição dos consumíveis, reagentes e amostras biológicas usadas no laboratório”.

Os investigadores do ibimed que utilizam estes laboratórios, explica Artur Silva, são sujeitos a um exame de biossegurança e a treino específico, havendo, por essa razão, “recursos humanos treinados para a realização de investigação em ambientes de elevada biossegurança”.

A biossegurança é garantida pela Universidade de Aveiro, “uma vez que o vírus SARS-cov-2 pode ser inativado quimicamente no momento da recolha das amostras biológicas nos hospitais da região, que os equipamentos de processamento automático de amostras clínicas existentes nos laboratórios reduzem ao máximo a exposição dos investigadores ao SARS-cov-2”.

Por outro lado, “foi possível criar um circuito fechado para a circulação dos investigadores e de amostras clínicas e existem kits de proteção dos investigadores”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, registaram-se 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).

Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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