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Portugal foi o primeiro a comprometer-se a ser neutro em carbono até 2050

LUSA
24-09-2019 11:47h

O Presidente da República afirmou hoje, nas Nações Unidas, em Nova Iorque, que Portugal foi o primeiro país a comprometer-se a ser neutro em carbono até 2050 e pediu urgência no combate global às alterações climáticas.

"Já se perdeu demasiado tempo. A complacência e a indiferença já não são toleráveis", considerou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na Cimeira da Ação Climática, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para que sejam apresentados pelos participantes planos concretos para cumprir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.

"Nós fomos os primeiros a comprometer-nos a ser neutros em carbono até 2050, adotando e implementando o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 como estratégia de longo prazo para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, que apresentámos com um ano de avanço", afirmou, perante dezenas de líderes mundiais.

"E por uma simples razão: porque não há Portugal B, e não há planeta B", acrescentou.

Na sua curta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou de forma sintética o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 que foi aprovado em Conselho de Ministros na sua versão final em junho deste ano, depois de um período de discussão pública.

O Presidente da República referiu que a neutralidade carbónica até 2050 será alcançada "através da total descarbonização do sistema eletroprodutor e da mobilidade urbana e através do reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo".

"A próxima década é crítica. Por isso, reforçámos a nossa ambição para 2030 com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% em comparação com 2005, atingir uma meta de eficiência energética de 35%, e ter 80% da eletricidade gerada por fontes de energia renovável, incluindo uma total eliminação do carvão", salientou.

O Presidente da República referiu ainda que Portugal já alcançou 54% de energias renováveis na produção elétrica, impôs uma taxa de carbono, começou a eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis, e está a reparar a degradação dos ecossistemas marinhos.

"O nosso objetivo é a neutralidade carbónica até 2050, envolvendo a sociedade civil, o setor privado, preservando os habitats naturais e a biodiversidade e criando emprego", resumiu, acrescentando: "Cabe-nos a nós, líderes políticos, dar o exemplo".

Marcelo Rebelo de Sousa fez o seu discurso em língua inglesa, mais de uma hora depois do previsto, e destacou também a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas que se vai realizar em Lisboa em junho de 2020, organizada por Portugal e pelo Quénia, "com a ambição de uma utilização mais sustentável dos oceanos".

No início da sua intervenção, elogiou o secretário-geral das Nações Unidas, afirmando que "o desafio crucial das alterações climáticas tem sido a marca da liderança visionária de António Guterres", e também "a sensibilização e o ativismo dos jovens, simbolizado por Greta Thunberg, entre muitos outros", que exigem ação face às alterações climáticas.

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