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Covid-19: PM timorense vai liderar gabinete de crise para gerir emergência

26-03-2020 10:03h

O primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak, vai liderar um Gabinete de Gestão de Risco que ficará responsável pela implementação das medidas que serão aprovadas no âmbito do estado de emergência em resposta à covid-19.

Taur Matan Ruak explicou hoje no parlamento que esse gabinete atuará com a comissão interministerial e com a comissão técnica criadas no âmbito das medidas de resposta ao risco da pandemia em Timor-Leste.

“As medidas especiais exigem uma liderança forte para garantir que são cumpridas”, disse no parlamento, durante o debate do pedido do Presidente da República para a declaração do estado de emergência.

O chefe de Governo explicou que serão garantidos os serviços essenciais aos cidadãos, nomeadamente no que toca a bens alimentares, afirmando que há stock no país para vários meses e que o transporte de bens importados não será bloqueado.

Depois da aprovação da declaração de estado de emergência hoje pelo parlamento, o Presidente da República assinará o decreto que determina a sua aplicação e que detalha os aspetos gerais da medida excecional, que vai vigorar um mês.

Imediatamente depois e “com passos cuidados e controlados” o Governo aprovará as medidas concretas, com resoluções e decretos, que determinarão as restrições e outras ações que se aplicam no período de exceção.

Além de medidas restritivas e preventivas, o Governo deverá aprovar igualmente um pacote de decisões para minimizar o efeito económico da pandemia em Timor-Leste.

Nas suas intervenções no Parlamento, Taur Matan Ruak recordou as limitações do sistema de saúde timorense, referindo-se ao potencial de contágio.

“Em países como Espanha ou Itália, o sistema de saúde não aguenta. Têm de escolher que vive e quem morre. Sistemas de saúde muito desenvolvidos, dos melhores da Europa, senão no mundo, hoje não têm condições para enfrentar a situação”, referiu.

O chefe do Governo disse que se o contágio do vírus se ampliar em Timor-Leste, poderá atingir 10% da população, ou mais de 118 mil pessoas, dos quais quase 6.000 precisariam de cuidados intensivos e 17.700 de internamento.

“Aqui o nosso sistema não tem condições para isto. Por isso a prevenção é tão importante. Temos de nos começar a preparar porque a nação enfrenta riscos graves”, disse.

O país tem até agora um caso registado da covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.

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