O London City Airport, aeroporto no leste de Londres, anunciou hoje que vai encerrar até ao final de abril devido à crise provocada pela pandemia covid-19, a qual está a afetar seriamente o setor dos transportes aéreos.
Todos os voos comerciais e privados vão ser cancelados a partir desta tarde, informou a administração, invocando uma situação "sem precedentes” e a necessidade de proteger "a segurança e o bem-estar" dos funcionários e passageiros.
Todos os trabalhadores vão manter os seus empregos no aeroporto enquanto a paralisação decorrer e regressarão às funções "o mais rápido possível”, o que dependerá de como evoluir a situação.
O London City Airport é um dos seis aeroportos na região de Londres, juntamente com Gatwick, Heathrow, Luton, Stansted e Southend.
A decisão é o resultado de um regime de confinamento decretado pelo Governo britânico, que desaconselhou viagens para o estrangeiro ou para empregos não essenciais, e determinou que os britânicos só devem sair de casa para comprar bens essenciais, como comida e medicamentos, fazer exercício, ou ajudar pessoas vulneráveis.
A pandemia covid-19 levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras, o que originou o cancelamento da maioria das ligações aéreas a nível internacional.
Isto levou um grupo de companhias aéreas a abordar o Governo britânico para pedir um resgate financeiro perante as dificuldades económicas causadas pela queda de receitas provocada pelas restrições à atividade, o que foi rejeitado pelo ministro das Finanças, Rish Sunak.
Numa carta citada hoje pelo jornal The Guardian, disse que não vai injetar dinheiro nas transportadoras privadas “até que as outras opções estejam esgotadas”, nomeadamente o aumento de capital pelos acionistas.
A companhia Virgin Atlantic, segundo o Guardian, terá pedido ao primeiro-ministro, Boris Johnson, um plano de auxílio no valor de 7,5 mil milhões de libras (8,2 mil milhões de euros) para o setor britânico.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estimou que a crise deve custar ao setor mundial de transporte aéreo 252 mil milhões de dólares de receitas este ano (232 mil milhões de euros) a nível global.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 3.434, entre 47.610 casos de infeção.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.200 casos, tendo sido registados 3.281 mortes. Nas últimas 24 horas, reportou 47 novos casos, todos com origem no exterior.
Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.077 mortes num total de 27.017 casos, a França, com 1.100 mortes (22.302 casos), e os Estados Unidos, com 600 mortes (55.225 casos).