Um primeiro caso de contaminação com o novo coronavírus foi registado na Líbia, anunciaram as autoridades de Trípoli, que já haviam adotado medidas para tentar impedir a propagação da pandemia naquele país devastado pela guerra.
O ministro da Saúde do Governo da União Nacional (GNA), com sede na capital, anunciou, na noite de terça-feira, “a primeira contaminação por coronavírus na Líbia”, mas sem fornecer mais detalhes sobre o doente infetado ou sobre a região onde o caso foi detetado.
“As medidas necessárias foram tomadas para lidar” com este primeiro caso, garantiu o ministro da Saúde, Ehmed Ben Omar, em comunicado publicado na internet.
Badreddine al-Najar, diretor do Centro Nacional de Controlo de Doenças, adiantou que o doente tem 73 anos e voltou, há uma semana, da Arábia Saudita via Tunísia.
O responsável do centro de controlo acrescentou que todas as pessoas que tenham tido contacto com este primeiro infetado serão vigiados e sujeitos a um teste de deteção da covid-19.
Mesmo antes da deteção desse primeiro caso, o GNA, reconhecido pela ONU, e o executivo paralelo baseado no leste da Líbia sob controlo do marechal Khalifa Haftar, tomaram medidas preventivas.
Entre as medidas conta-se um cessar-fogo noturno e o encerramento de locais públicos, embora os combates continuem nos subúrbios do sul da capital líbia.
O risco de propagação do vírus é particularmente preocupante neste país, onde a situação humanitária e de segurança piorou desde o lançamento, há cerca de um ano, de uma ofensiva do marechal Haftar contra Trípoli que provocou mais de 1.000 mortos e 150.000 deslocados.
Os campos rivais têm-se acusado mutuamente, desde domingo, de violarem uma nova trégua proposta por vários países e pelas Nações Unidas e “aceite” pelas duas partes.
As Nações Unidas pediram uma “pausa” na luta para todos se concentrarem no combate ao novo coronavírus.
Hoje, fortes explosões foram ouvidas no sul da capital, onde os combates estão concentrados há quase um ano.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.696 mortos em 39.673 infeções, o Irão, com 1.934 mortes num total de 24.811 casos, a França, com 1.100 mortes (22.300 casos), e os Estados Unidos, com cerca de 600 mortes (mais de 50.000 casos).
O continente africano registou 58 mortes devido ao novo coronavírus, aproximando-se dos 2.000 casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes.