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Costa Rica aceita receber 2.600 migrantes retidos no Panamá

24-03-2020 19:32h

As autoridades da Costa Rica vão permitir, nos próximos dias, a entrada de 2.600 migrantes que estão no Panamá, que se diz incapaz de conter o fluxo.  

Segundo um comunicado oficial citado pela agência espanhola Efe, “perante a notificação das autoridades do Panamá sobre a impossibilidade de conter o fluxo migratório das 2.600 pessoas estrangeiras à região que permanecem no seu país, onde chegaram por via terrestre e marítima”, as autoridades costa-riquenhas decidiram “definir um processo de entrada específico para estes migrantes”.

A Costa Rica fechou fronteiras a cidadãos estrangeiros na semana passada, em resposta à pandemia de Covid-19, pelo que esse acolhimento será excecional.

A Direção-Geral de Migrações e Estrangeiros avançou que os migrantes serão entregues pela sua homóloga panamenha, na fronteira de Paso Canoas (Sul da Costa Rica), e depois transferidos em autocarros até um albergue em La Cruz, província de Guanacaste (Norte), junto à fronteira com a Nicarágua.

O Panamá terá de entregar certificados de saúde dos migrantes e a Costa Rica não permitirá a entrada de pessoas com sintomas respiratórios, potencial indicador de infeção com o novo coronavírus.

Já no albergue, a Costa Rica reverá o estado de saúde dos migrantes.

Em funcionamento desde 2016, o albergue de La Cruz acolheu alguns dos 30 mil migrantes cubanos, haitianos e africanos que procuravam cruzar o continente para chegar aos Estados Unidos, mas que ficaram retidos na Nicarágua.

Nessa altura, a Costa Rica foi “muito afetada por chegadas em massa de migrantes”, que se aglomeraram ao longo da fronteira sul.

“Face à emergência da Covid-19, não podemos permitir que essa situação se repita e devemos prevenir e evitar, através da coordenação bilateral, o livre-trânsito destes migrantes pelo país”, sublinhou a diretora de Migrações, Raquel Vargas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18 mil.

Desde 2016, o albergue de La Cruz continuou a receber grupos de migrantes, ainda que mais pequenos.

Neste, como nos grupos anteriores, estima-se que os migrantes “procurem sair do país, já que não têm interesse em permanecer na Costa Rica”.

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