O Tribunal Judicial da Comarca do Porto revelou hoje que, após conhecimento de um caso positivo covid-19 no núcleo da Maia, procedeu à desinfeção "especializada" dos espaços e contactou "de imediato" as autoridades de saúde, mas aguarda resposta.
"No dia 21 de março [sábado], a senhora oficial de justiça foi submetida a teste rápido no Hospital de São João, o qual se veio a manifestar positivo. Procedeu-se, de imediato, ao contacto com a Delegação de Saúde da Maia (…). Foi dado conhecimento da situação, bem como, do alarme geral que se faz sentir naquele núcleo", descreve, em comunicado, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto.
Na nota, este tribunal descreve os passos que se seguiram à confirmação e a este primeiro contacto, nomeadamente que as autoridades de saúde da Maia - concelho que aparece em terceiro, depois de Lisboa (175) e do Porto (126), como concelho com mais casos confirmados covid-19 com 104 positivos - solicitaram lista com os contactos próximos da oficial de justiça em causa e que a Delegação de Saúde da Maia informou que "as situações de quarentena, para efeito de justificação de falta, carecem de validação".
"Foi solicitado ao secretário de Justiça do Núcleo da Maia a imediata desinfeção da copa, de forma especializada, como ocorreria com a sala de confinamento. A desinfeção de cariz mais específico ocorreu no dia de hoje, juntamente com a sala de audiências utilizada pela senhora oficial de justiça, o seu posto de trabalho e instalações sanitárias dos trabalhadores", continua a descrever o Tribunal Judicial da Comarca do Porto, enumerando as indicações especificas dadas à equipa que procedeu à desinfeção.
O Tribunal Judicial da Comarca do Porto garante que "todos os colaboradores da comarca encontram-se informados relativamente aos procedimentos básicos de segurança que devem ter para prevenir eventuais contágios" e que "aquando do contacto telefónico com a delegada de Saúde da Maia, não foi equacionado, em momento algum, o fecho do Tribunal".
"Foi contactada a Delegação de Saúde da Maia para o número fornecido para o efeito, não tendo sido possível entrar em contacto com ninguém. Foi enviado email a insistir pelo contacto, tendo o mesmo sido devolvido. Face à frustração do contacto com a Delegação de Saúde da Maia (número constantemente ocupado ou, quando tal não acontece, a chamada é desligada), contactou-se a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), a quem se deu conta da situação e solicitou contacto urgente, que se aguarda", continua a descrever o tribunal.
A agência Lusa solicitou esclarecimentos à ARS-Norte, mas sem sucesso até ao momento.
No comunicado são ainda descritos outros procedimentos como o facto de ter sido solicitado aos trabalhadores para procederem à automonitorização diária - duas vezes por dia - e ao registo dos sintomas associados à covid-19, nomeadamente tosse, febre, dificuldade respiratória, dor de cabeça e mal-estar geral.
Já no que se refere à organização dos serviços mínimos, por uma questão de prevenção, o tribunal acrescenta que "foi estabelecida a rotação semanal dos trabalhadores, de forma a reduzir o seu número ao mínimo indispensável e garantir distâncias de segurança".
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