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Covid-19: Presidentes do Brasil e da China reafirmam “amizade” após crise diplomática

LUSA
24-03-2020 15:25h

O Presidente do Brasil e o homólogo chinês reafirmaram hoje os "laços de amizade" entre os dois países, após uma disputa entre o filho de Jair Bolsonaro e o embaixador da China em Brasília, divulgou a embaixada chinesa.

Bolsonaro e Xi Jinping abordaram por telefone informações e medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, que começou na China, e já fez 34 mortos e infetou 1.900 pessoas no Brasil, detalhou o Presidente brasileiro, através da sua conta oficial no Twitter.

Os líderes discutiram ainda como deverão "expandir" os laços comerciais entre os dois países, apontou o governante.

Junto com a mensagem, Bolsonaro publicou uma foto com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Correa, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ernesto Araújo, que acompanharam a conversa.

O chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, o almirante Flavio Rocha, também esteve presente, segundo a imprensa brasileira.

Nenhuma das partes detalhou se houve um pedido de desculpas.

Ernesto Araújo considerou na sexta-feira passada "inaceitável que o embaixador da China endosse ou compartilhe mensagens ofensivas ao chefe de Estado brasileiro e aos seus eleitores", depois de o diplomata ter reproduzido uma mensagem ofensiva para Jair Bolsonaro.

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, reproduziu na sua conta oficial no Twitter uma mensagem de um internauta que acusa a família Bolsonaro de ser o "grande veneno" do Brasil e de não representar o país.

Bolsonaro "precisa responder pela quantidade de coisas absurdas que aquela boca podre tem capacidade de regurgitar", lê-se na mensagem, difundida por um internauta e partilhada pelo embaixador chinês.

Na quinta-feira, a embaixada chinesa em Brasília tinha já afirmado que Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, "contraiu um vírus mental", ao culpar a "ditadura chinesa" pela pandemia do novo coronavírus, designada covid-19.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2019, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 114.680 milhões de dólares (106.471 milhões de euros), um aumento de 3,49%, face ao ano anterior, sendo que a China exportou bens no valor de 35.476 milhões de dólares (32.936 milhões de euros), uma subida de 5,18%, e importou produtos cujo valor atingiu 79.203 milhões de dólares (73.513 milhões de euros), mais 2,76%.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

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