A Câmara de Tondela pediu à Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro que determine urgentemente o isolamento profilático dos emigrantes e dos cidadãos de outros pontos do país que regressam ao concelho, devido à covid-19.
Numa carta enviada à ARS do Centro, o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, refere que se está a verificar "o regresso de muitos cidadãos/emigrantes ao seu concelho de origem, vindos quer de outros países, quer de outros concelhos do país (nomeadamente de grandes centros urbanos)".
Nesse âmbito, "é urgente que sejam tomadas medidas, de resposta rápida, tendo em vista a contenção máxima do possível risco de contágio", sublinha.
A carta foi enviada depois de uma reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, que considerou "ser urgente que esta medida seja determinada para o bem de todos".
Durante a reunião, foi decidido delegar no presidente da Câmara "a possibilidade de ativação do Plano Municipal de Emergência, sem haver necessidade de reunir novamente a comissão, caso o número de cidadãos infetados no concelho assim o justifique", se registem "dificuldades de abastecimento de serviços essenciais às populações" ou se houver "cidadãos isolados".
"Já as duas corporações de bombeiros do concelho, Tondela e Vale de Besteiros, disponibilizaram viaturas para circularem nas suas respetivas áreas de intervenção, com sistemas sonoros a fazer um apelo aos cidadãos que fiquem em isolamento", acrescenta.
Outra decisão tomada foi a de "implementar ações de higienização de espaços públicos, nos principais aglomerados urbanos", incidindo "em espaços exteriores na envolvente de unidades de saúde, entrada das farmácias, caixas multibanco, passeios públicos e junto às grandes superfícies".
As Juntas e Uniões de Freguesia irão receber informação "a solicitar que façam registo dos emigrantes e outros cidadãos que tenham residência nos grandes centros urbanos e que estejam de regresso às suas freguesias/aldeias".
"A estes é solicitado que fiquem em isolamento preventivo pelo período mínimo de 14 dias, seguindo orientações da Direção-Geral da Saúde", acrescenta.
No que respeita aos funerais, foi sugerido que "só possam estar 10 a 20 pessoas, consoante a dimensão do cemitério", que deverá estar encerrado ao público, exceção para a realização destes atos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde.