A temperatura dos tripulantes de todos os navios que atracam no porto de mercadorias da Beira, um dos mais movimentados de Moçambique, está a ser medida como forma de prevenção da covid-19, anunciou a empresa gestora.
A Cornelder Moçambique, em coordenação com a direção provincial de Saúde de Sofala, montou uma operação em que "têm sido rastreados todos os tripulantes de navios que atracam no porto da Beira, com recurso a termómetros de raios infravermelhos", lê-se em comunicado.
A empresa anuncia que está em processo de aquisição de mais termómetros, "para que, de forma obrigatória, sejam rastreados todos aqueles que entram e saem do recinto portuário".
O objetivo é "tornar mais eficaz o controle de entrada de navios oriundos de países com elevados níveis de transmissão local da covid-19 e promover a informação e sensibilização de todos os intervenientes da cadeia logística do Corredor da Beira" - que liga o porto aos países do interior África Austral, como Zimbábue, Zâmbia, RDC e Maláui, através da estrada nacional 6 (N6).
A informação está alinhada com "as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Governo de Moçambique" sobre aquilo que a empresa classifica como "verdadeira calamidade global".
A empresa instalou ainda no porto da Beira "postos de disseminação de informação e instrumentos primários de desinfeção como a lavagem obrigatória das mãos em locais estratégicos que exijam uma maior concentração de pessoas, tais como portões de entrada ou terminais de carga e contentores".
Observância das distâncias de segurança recomendadas pela OMS e redução do contacto físico são outros cuidados seguidos, destaca.
A empresa gestora do porto da Beira decidiu igualmente limitar o fluxo de atendimento aos clientes, tendo optado por transferir as operações que antes eram realizadas através do contacto direto nos balcões para meios eletrónicos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
O Governo moçambicano decidiu em setembro de 2018 prorrogar por 15 anos a concessão do Porto da Beira à Cornelder Moçambique, para permitir que a concessionária realize investimentos adicionais estimados na altura na ordem de 290 milhões de dólares norte-americanos (254 milhões de euros) visando o desenvolvimento daquela infraestrutura.
O contrato de concessão assinado em 1998, cuja validade expirava em 2023, após 25 anos, foi prolongado até 2038.
Na altura, a Cornelder anunciou a duplicação para 700 mil toneladas anuais da capacidade de manuseamento de carga contentorizada para países vizinhos utentes da infraestrutura.
A empresa anunciou igualmente um aumento da capacidade de manuseamento de carga geral para 4,5 milhões de toneladas contra cerca de metade atualmente.
O continente africano registou mais de 50 mortes devido ao novo coronavírus, ultrapassando os 1.700 casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia da covid-19.