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Covid-19: Governo do Brasil anuncia15,5 mil ME para apoiar estados e municípios

24-03-2020 08:43h

O Governo brasileiro anunciou um pacote de medidas no valor de 85,8 mil milhões de reais (15,5 mil milhões de euros) para estados e municípios do país enfrentarem o impacto da pandemia da covid-19.

Na segunda-feira, o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, comunicou a medida em videoconferência com governadores do norte e do nordeste do Brasil, estando agendada para hoje uma reunião com governos estaduais de outras regiões.

Entre as medidas apresentadas, está a suspensão das dívidas das unidades federativas com o Estado, que terá um custo de 12,6 mil milhões de reais (2,28 mil milhões de euros).

Nesse sentido, outros 9,6 mil milhões de reais (1,7 mil milhões de euros) serão destinados à renegociação de dívidas de estados e municípios com instituições bancárias.

Além da suspensão das dívidas, Bolsonaro anunciou, através da rede social Twitter, que do valor total cedido oito mil milhões de reais (1,4 mil milhões de euros) serão destinado à saúde, 40 mil milhões de reais (7,2 mil milhões de euros) para “operações com facilitação de créditos” e dois mil milhões de reais (360 milhões de euros) para assistência social, entre outras.

"Sabemos que temos um inimigo em comum: o vírus, como também sabemos e temos a consciência que um dos seus possíveis efeitos colaterais, o desemprego, pode ser combatido. Foram reuniões excecionais", disse Bolsonaro aos jornalistas, uma semana após secretários estaduais e governadores terem apresentado uma lista de pedidos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para responder à pandemia.

A situação entre o chefe de Estado e alguns governadores tem sido de tensão, depois de, no domingo, Bolsonaro ter apelidado os responsáveis de "exterminadores de empregos", em função das medidas de isolamento adotadas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Piauí e Distrito Federal.

No último sábado, o Presidente já tinha considerado “lunático” o governador de São Paulo, João Doria, por ter decretado quarentena de 15 dias no estado mais populoso do Brasil.

"Jair Bolsonaro chama coronavírus de gripezinha e eu é que sou lunático? Lidere o seu país, Presidente. Faça seu papel. Os governadores do Brasil estão fazendo o seu", respondeu João Doria.

Nos últimos dias, o Governo brasileiro anunciou uma série de medidas para o país enfrentar economicamente os impactos do novo coronavírus.

Na segunda-feira, Jair Bolsonaro escreveu, no Twitter, que vai revogar as normas de um polémico decreto que permite a suspensão de contratos de trabalho e o não pagamento de salários pelas empresas durante um perído de quatro meses.

O secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Bruno Bianco, indicou uma má interpretação da primeira versão do decreto, acrescentando que, nos próximos dias, será divulgado um novo texto sobre a questão.

O número de mortos no Brasil devido ao novo coronavírus aumentou para 34, com o país a registar 1.891 infetados, um aumento de 345 casos nas últimas 24 horas, informou na segunda-feira o Ministério da Saúde brasileiro.

Todos 26 estados e o Distrito Federal do país registam já casos da covid-19.

São Paulo continua a ser o estado brasileiro mais afetado pelo coronavírus, com 30 mortos e 745 infetados. Segue-se o Rio de Janeiro com quatro óbitos e 233 casos confirmados.

Entre os infetados está o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus do governo estadual de São Paulo, David Uip, de 67 anos, confirmou João Doria, que também indicou ter sido submetido ao teste na segunda-feira, aguardando o resultado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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