Doentes para internar, recém-nascidos, grávidas e profissionais de saúde sintomáticos são as prioridades para a realização de testes ao novo coronavírus, no caso de não ser possível avaliar todos, estabelece a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Frisando que “os doentes com suspeita de covid-19 devem ser submetidos a teste laboratorial”, a DGS fixa, na Norma 004/2020, uma cadeia de prioridades para um cenário em que “não seja possível testar todos” os suspeitos de estarem infetados.
Nesse caso, a DGS determina a seguinte prioridade: primeiro, os doentes com critérios de internamento hospitalar; segundo, os recém-nascidos e as grávidas; e terceiro, os profissionais de saúde sintomáticos.
A DGS emitiu, também hoje, a Orientação n.º 015/2020, dirigida a profissionais de saúde, na qual destaca que “todos os casos suspeitos de infeção (…) devem ser submetidos a diagnóstico laboratorial”, a ser realizado, “preferencialmente, em laboratório hospitalar da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do SARS-CoV-2, na rede complementar de laboratórios privados ou no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge”.
As organizações dos profissionais de saúde têm reivindicado a generalização dos testes a todos os profissionais de saúde, sintomáticos ou não.
Hoje, em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, vincou que “os profissionais de saúde devem ser prioritários” na realização de testes, porque “lidam com muita gente”.
O dirigente assinalou que apenas se consegue fazer a identificação de todas as pessoas contagiadas com a covid-19 através de testes.
Na cadeia de prioridades determinada na Norma 004/2020 seguem-se doentes com comorbilidades (como asma, insuficiência cardíaca ou diabetes), doentes em situações de maior vulnerabilidade, como residência em lares e unidades de convalescença, e, finalmente, doentes com contacto próximo com as pessoas anteriormente referidas.
Na Norma 004/2020, emitida hoje, a DGS refere ainda que a cadeia de prioridades entra em vigor a partir da meia-noite de 26 de março.
“Atendendo ao alargamento progressivo da expressão geográfica da pandemia covid-19 em Portugal, urge planear as medidas que garantam uma resposta adequada, atempada e articulada de todo o sistema de saúde”, justifica a DGS.
A atual fase de mitigação tem como objetivo atenuar os efeitos da doença, nomeadamente diminuindo a taxa de mortalidade, e limitar a sua propagação.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela DGS.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.