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Covid-19: FLIP 2020 adiada devido ao agravamento da pandemia

23-03-2020 21:43h

A edição deste ano da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no Brasil, foi adiada para novembro devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus, anunciou hoje a organização.

A 18ª edição da Flip, que estava inicialmente agendada para entre os dias 29 de julho e 02 de agosto deste ano, está agora a ser programada para acontecer em novembro.

"Sentimos anunciar o adiamento da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip 2020. O agravamento da pandemia global do coronavírus e a necessidade de distanciamento social, com duração ainda bastante incerta, levou-nos a tomar as medidas cabíveis para preservar a saúde e a segurança de todos", diz um comunicado enviado pela organização da Flip às redações.

"Conscientes do impacto no cenário cultural brasileiro e na economia local, estamos a trabalhar remotamente para manter a estrutura, a missão e os ideais da Flip em dia para a sua realização em novembro de 2020. [...] Que o espírito coletivo e o senso de comunidade que sempre marcaram a Flip ajudem todos a atravessar estes tempos desafiadores", conclui o texto.

Aquele que é o maior encontro literário do Brasil terá como autora em destaque na edição de 2020 a escritora norte-americana Elizabeth Bishop (1911-1979), a primeira autora estrangeira homenageada pela Flip desde a sua criação, em 2003.

Contudo, a escolha causou polémica entre vários escritores, por esta ter apoiado o golpe militar brasileiro de 1964.

"Não compreendo como a Flip 2020, maior festa literária do Brasil, escolhe Elizabeth Bishop como homenageada-tema. No momento que o Brasil vive, é a mensagem oposta ao que seria preciso. Uma poeta estrangeira que morou no Brasil, olhando-o do alto do seu horror às massas, que apoiou com alívio o golpe militar de 1964", escreveu na rede social Facebook a escritora e jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho, em novembro último.

Já o poeta e ensaísta Antônio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras, destacou que Bishop falava "mal de praticamente todos os brasileiros" e "reduziu a quase nada a poesia de Manuel Bandeira, além da de toda a América do Sul".

O número de mortos no Brasil devido ao novo coronavírus aumentou para 34, com o país a registar 1.891 infetados, um aumento de 345 casos nas últimas 24 horas, informou hoje o Ministério da Saúde brasileiro.

São Paulo continua a ser o estado brasileiro mais afetado pelo coronavírus, contabilizando 30 mortos e 745 infetados. Segue-se o Rio de Janeiro com quatro óbitos e 233 casos confirmados de infeção.

Ceará, Distrito Federal e Minas Gerais são as restantes unidades federativas do Brasil a somar mais de 100 infetados, cada um.

Todos os estados do país sul-americano têm agora registo de infetados com a covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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