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Hospital pediátrico de referência angolano registou quase 2.000 mortes em 2018

LUSA
21-08-2019 10:10h

O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea) disse esta terça-feira, em Luanda, que morreram 1.991 crianças, em 2018, por diversas patologias, no Hospital Pediátrico David Bernardino.

"Estamos a falar de um hospital mais referenciado em pediatria, onde tem os médicos pediatras mais referenciados de Angola. Se nesse hospital faleceram 1.991 crianças, [como é] nos outros? Onde não tem especialistas quase nenhum?", questionou Adriano Manuel.

Segundo o dirigente sindical, que falava num conferência de imprensa, na unidade hospitalar de referência, à qual pertence, registou-se no ano passado perto de 2.000 óbitos de crianças.

O Sinmea anunciou hoje a realização de uma marcha, com o objetivo de pressionar o Ministério da Saúde para enquadrar os 625 médicos que há um ano participaram no concurso público e, até agora, aguardam por enquadramento.

O médico frisou que o anúncio do protesto, na ausência de resposta governamental, visou "sensibilizar a opinião pública, a nação, que se não se colocarem esses médicos, mais mortes vão acontecer" já nos próximos meses, com a chegada da estação das chuvas.

De acordo com Adriano Manuel, cada vez mais se regista um elevado índice de bebés prematuros, com dificuldades para lhes prestar assistência, por falta de meios nos hospitais.

"Chegamos a colocar dois a três bebés na mesma incubadora com patologias diversas", queixou-se o sindicalista.

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