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Covid-19: OMS envia ajuda médica para o Iémen

LUSA
23-03-2020 14:39h

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje o envio para o Iémen de um carregamento com material médico-sanitário para lutar contra a pandemia do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, com a ajuda da Arábia Saudita.

"Um agradecimento especial à Arábia Saudita, que transportou suprimentos essenciais da OMS para o Iémen" para tratar doentes com a covid-19, disse hoje o escritório regional da OMS no Cairo.

Nos últimos dias, após insistentes pedidos das autoridades rebeldes Huthis na região, foi enviada esta ajuda pela OMS ao Iémen, que está a passar por uma grave crise humanitária devido ao conflito interno.

A agência especificou que o auxílio é destinado a Sanaa, a capital iemenita controlada pelos rebeldes Huthis, que se revoltaram contra o Governo central em 2014, e a Áden, onde está localizado o executivo de Abdo Rabu Mansur Hadi, reconhecido internacionalmente e apoiado pela Arábia Saudita.

O carregamento da OMS inclui equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e exames laboratoriais para o vírus, além de remédios e suprimentos para "fornecer uma resposta contínua à crise".

A resposta veio depois de os rebeldes Huthis terem pedido no sábado às agências humanitárias ajuda para equipar hospitais e tomar medidas face à chegada do vírus a um país mergulhado numa guerra civil há mais de cinco anos.

A Arábia Saudita, que controla o espaço aéreo do Iémen, lidera a coligação árabe internacional em apoio ao governo de Hadi e só permite voos da ONU, embora os Huthis tenham suspendido esses voos há alguns dias, para tentar impedir a propagação do vírus.

Além disso, os rebeldes fecharam estradas para impedir o deslocamento para províncias controladas pelo governo de Hadi, suspenderam aulas e proibiram a concentração de pessoas em casamentos e funerais.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 80% dos quase 30 milhões de habitantes do país precisam de ajuda humanitária para responder a necessidades básicas.

O país não possui uma rede de saúde capaz de lidar com uma possível disseminação do vírus. Apenas cerca de metade dos quase 30 milhões de iemenitas tem acesso ao sistema de saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

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