SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Escolas britânicas abertas a filhos de trabalhadores de serviços essenciais

LUSA
20-03-2020 12:58h

As escolas públicas britânicas encerram hoje no Reino Unido por tempo indefinido, exceto para filhos de trabalhadores considerados essenciais, como profissionais de saúde, polícias, trabalhadores de empresas de transportes ou do setor alimentar.

O Ministério da Educação publicou hoje a lista dos trabalhadores que terão direito a que os filhos possam continuar a frequentar a escola durante o período de distanciamento social considerado necessário pelas autoridades para controlar a propagação do coronavírus Covid-19. 

"Se as crianças puderem ficar em segurança em casa, devem fazê-lo, para limitar a hipótese de o vírus se espalhar. É por isso que o governo pediu aos pais que mantenham os filhos em casa, sempre que possível, e pediu que as escolas permanecessem abertas apenas para as crianças que precisam mesmo de a frequentar”, refere.

A lista inclui profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, alguns professores e assistentes sociais, funcionários do sistema judiciário, igrejas e jornalistas de serviço público, de autarquias e alguns serviços públicos, polícias, militares, bombeiros e guardas prisionais. 

Do setor público, a lista abrange trabalhadores de processamento, distribuição, venda e entrega de produtos alimentares, de transportadoras, de serviços da água, energia, comunicações e postal, bancos e recolha do lixo. 

Crianças consideradas vulneráveis, que sejam acompanhadas pelos serviços sociais ou com necessidades especiais também poderão continuar a ir às escolas. 

Estas medidas implicam que os exames do ensino primário e do secundário, normalmente realizados em maio e junho, terão de ser cancelados, embora o ministro da Educação, Gavin Williamson, tenha garantido que as “crianças vão ter as qualificações de que precisam”. 

O Reino Unido identificou até quinta-feira, data do último balanço, 3.269 casos positivos em 64.581 pessoas testadas, das quais 144 morreram, embora o número de diagnósticos positivos apenas inclua pessoas sob tratamento, não estando a ser feitos testes a pessoas com sintomas ligeiros em isolamento doméstico.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou na quinta-feira acreditar ser possível ver resultados da atual estratégia de combate à pandemia do coronavírus Covid-19 dentro de 12 semanas, mas instou os britânicos continuarem a seguir os conselhos de distanciamento social.

Johnson apelou no início da semana às pessoas para não frequentarem bares ou restaurantes e assim evitarem contactos sociais desnecessários, mas não emitiu nenhuma proibição, pelo que muitos estabelecimentos continuam a funcionar.

Museus, teatros e cinemas encerraram voluntariamente portas e festivais e concertos estão a ser cancelados ou adiados, bem como eventos ou competições desportivas, como os campeonatos de futebol masculino e feminino e a Maratona de Londres.

As orientações oficiais são para que pessoas com sintomas de tosse contínua e febre alta se isolem em casa, bem como o resto do agregado familiar, durante 14 dias.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo e já vitimou mortalmente mais de 10 mil pessoas.

Das pessoas infetadas, mais de 86.600 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 179 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se desde quinta-feira país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos, tendo a Espanha superado as 1.000 mortes.

MAIS NOTÍCIAS