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Covid-19: BE quer que Câmara da Feira suspenda tarifas da água e rendas sociais

19-03-2020 18:50h

A coordenação distrital de Aveiro do BE defendeu hoje que a Câmara da Feira deve tomar "medidas urgentes" para facilitar a gestão familiar devido aos planos de contenção da Covid-19, suspendendo tarifas da água e rendas sociais.

Em comunicado, o partido afirma que "os cidadãos vão necessitar de um reforço dos apoios por parte das autarquias" por viverem "tempos de dificuldade acrescida" e refere que "as autarquias têm um papel fundamental na contenção e minimização da propagação" do novo coronavírus.

"O combate a esta pandemia é global e só será eficaz se houver medidas rápidas, tanto pelos estados centrais, como por autarquias, empresas e cidadãos", diz o BE.

Para o caso específico de Santa Maria da Feira, o partido começa por propor três medidas: a suspensão "do pagamento das tarifas de água, do pagamento das rendas das habitações que são propriedade da Câmara e do estacionamento pago".

Depois reclama ainda a criação de respostas para "cidadãos sem-abrigo e pessoas que não têm condições de habitabilidade para cumprir isolamento em casa, nomeadamente através da utilização de apartamentos vazios ou unidades hoteleiras", e a definição de programas de resposta social "devidamente dotados de verbas para responder a necessidades das famílias, como o apoio ao pagamento de bens essenciais e de saúde".

Contactada pela Lusa, a Câmara Municipal da Feira não comenta essas propostas em concreto, mas lembra que, "desde o primeiro momento em que o novo coronavírus chegou a Portugal, tem concentrado todos os meios e recursos humanos e técnicos, de diversas áreas, no combate a este inimigo invisível, com o intuito de garantir todos os interesses dos seus munícipes, fundamentalmente a sua segurança e a sua saúde".

Fonte da autarquia destaca entre as medidas implementadas a cedência de alojamento local para os profissionais de saúde do Hospital São Sebastião, a disponibilização do centro de congressos Europarque para laboratório móvel de rastreio à Covid-19 e "a aquisição conjunta de ventiladores para reforço de meios à rede pública de saúde".

O presidente da câmara, Emídio Sousa, acrescentou, em resposta escrita: "Neste momento exigente, estamos permanentemente atentos à questão central, que é o combate à propagação do vírus, e atentos também às necessidades de reforço de respostas sociais às comunidades, sobretudo as mais frágeis".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, foi detetado em dezembro de 2019 e entretanto infetou já mais de 220.000 pessoas em todo o mundo. Dessas, mais de 9.000 morreram e mais de 85.500 recuperaram.

O surto começou na China, que contabiliza 80.894 infetados, 69.614 recuperações e 3.237 mortos.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, e o continente mais afetado é agora a Europa. Em Itália há 2.978 mortes em 35.713 casos, no Irão 1.135 vítimas mortais em 17.361 doentes, em Espanha 767 óbitos em 17.147 infetados e em França 264 perecimentos em 9.134 diagnósticos positivos.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. As mortes no país são três, assim como o número de doentes recuperados.

Portugal encontra-se desde as 00:00 de hoje em estado de emergência e assim se manterá até às 23:59 do dia 02 de abril, o que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório e compulsivo dos cidadãos em casa, assim como restrições à circulação na via pública.

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