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Covid-19: Embaixada de Portugal em Díli avalia projetos de cooperação

LUSA
18-03-2020 12:43h

O Embaixador de Portugal em Díli reuniu-se hoje com os responsáveis de vários projetos de cooperação bilateral em Timor-Leste e com o corpo docente da Escola Portuguesa de Díli para analisar os riscos do surto de Covid-19.

José Pedro Machado Vieira, embaixador de Portugal em Díli, explicou à Lusa que as reuniões permitiram reiterar as mensagens que têm sido dadas a quem tem, nos últimos dias, contactado a missão diplomática a solicitar informações sobre

 

Nos dois encontros, o diplomata recordou que Timor-Leste é um dos poucos países ainda sem qualquer caso declarado, mas que “é preciso não baixar a guarda e seguir as recomendações feitas pela Direção Geral de Saúde, Organização Mundial de Saúde e pela própria Embaixada”.

 

Entre as questões levantadas foi discutida a questão de um eventual plano de retirada de portugueses de Timor-Leste, tendo sido explicado, referiu, que a Embaixada está a acompanhar e a monitorizar a situação e, certamente, serão encontradas soluções mediante a evolução da situação” no país.

 

“Mas a palavra de ordem é serenidade, calma, estarem atentos às notícias e informações e seguir recomendações. Além disso, manter os cuidados normais que todos conhecemos de higiene e de prevenção”, disse.

 

O encontro onde ficaram registados mais preocupações foi aquele em que participaram os coordenadores do projeto dos Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE), iniciativa luso-timorense de requalificação do ensino em língua portuguesa nas escolas de Timor-Leste.

 

As preocupações vieram em particular de coordenadores de escolas mais distantes da capital timorense, nomeadamente devido às rudimentares condições de saúde nesses locais.

 

“Notou-se de facto que as preocupações vieram essencialmente de escolas em distritos mais remotos”, disse.

 

Até que possam surgir eventuais medidas restritivas, consequência de uma possível declaração do estado de emergência, “a vida continua como dantes”, referiu.

 

Um aspeto levantado foi a questão de algum sentimento anti-estrangeiro, questão que o diploma notou estar a ser analisada com as restantes missões diplomáticas e agências internacionais.

 

Nomeadamente, disse, as “preocupações manifestadas sobre a necessidade de uma estratégia de comunicado pública da parte timorense que revertesse de alguma forma essa perceção de que se trata de uma doença de estrangeiros”.

 

Essa perceção “não foi confirmada pela maioria das outas escolas, antes pelo contrário, com várias a falarem da continuação de ótima relação” com as comunidades locais.

 

No caso da Escola Portuguesa de Díli, que está ainda em limpeza depois das violentas cheias da passada sexta-feira, Machado Vieira agradeceu o trabalho de todos os docentes e a liderança “exemplar” do direito Acácio de Brito.

 

Foi ainda registada a “ajuda de autoridades governativas, militares e policiais” de Timor-Leste no processo de limpeza da escola que sofreu danos avultados e que está fechada pelo menos até ao final da semana.

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