O diretor executivo do SNS afirmou hoje desconhecer qualquer estudo que demonstre que a solução das unidades locais de saúde (ULS) seja superior ao modelo de funcionamento que existia antes de 2024.
“Do meu conhecimento, de todos esses estudos não há nenhum que demonstre que o modelo ULS seja superior ao modelo que tínhamos antes. Não conheço nenhum estudo que justificasse que, de um momento para o outro, se adotasse este modelo de ULS em todo o país”, referiu Álvaro Almeida na comissão parlamentar de Saúde.
No início de 2024, no âmbito de um novo modelo de organização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), foram criadas 31 ULS, que se juntaram às oito já existentes, passando os cuidados primários (centros de saúde) e os cuidados hospitalares a estarem integrados numa única entidade por área geográfica, com o objetivo de facilitar o percurso dos utentes no sistema.
Ouvido hoje pelos deputados sobre o funcionamento da Linha SNS 24, Álvaro Almeida salientou ser um “estudioso destas questões” da organização do sistema de saúde há muitos anos, ainda antes de ser diretor executivo do SNS.
“Eu próprio fiz, em ambiente académico, vários estudos e orientei outros estudos sobre ULS”, referiu o responsável pela entidade que gere a rede de unidades do SNS, para quem Portugal tem, ao nível da saúde, “regiões muito diferentes, com necessidades diferentes e com respostas diferentes”.
“Aplicar o mesmo modelo a todas é uma fórmula de insucesso”, realçou Álvaro Almeida, para quem não se pode aplicar as mesmas soluções em todas as regiões, “precisamente porque as necessidades são diferentes, as realidades são diferentes”, o que obriga a ter “soluções adaptáveis a cada caso”.