O presidente da Câmara de Vagos, Rui Cruz, pretende criar, em 2026, um serviço de saúde municipal que irá funcionar em extensões de saúde que “foram abandonadas” e que serão alvo de pequenas requalificações.
“O município tem financiamento e verba dedicada a despesas com saúde, podendo criar o serviço municipal de saúde em freguesias distantes dos centros de saúde existentes hoje em Vagos”, destacou.
De regresso à presidência da Câmara de Vagos, depois de ter sido presidente entre 2001 e 2013, o social-democrata explicou que pretende criar, numa primeira fase, equipas de enfermagem e de fisioterapia para estarem ao serviço dos mais idosos e das famílias, “em determinados dias da semana”.
“Implementarei ainda em 2026, já que não acredito que sejam necessárias muitas obras de beneficiação nas extensões encerradas. Não acredito que sejam valores expressivos ou obras profundas, bem pelo contrário”, acrescentou.
Em declarações à agência Lusa, Rui Cruz esclareceu que estas equipas serão contratadas pelo município para prestar serviços de saúde de primeira linha nesses pontos do concelho mais distantes, à semelhança do que já existe em outros pontos do país.
“Nós não vamos ainda ponderar o médico de família, vamos apenas ponderar serviços de enfermagem. É a primeira linha de cuidados, com enfermeiros e fisiatras”, referiu.
De acordo com o presidente da Câmara de Vagos, a par da criação do serviço de saúde municipal, é também necessário “olhar e investir” nas instituições particulares de solidariedade social (IPSS).
“Vagos tem muita população envelhecida e por isso é que nós vamos olhar outra vez as IPSS como parceiras privilegiadas”, assegurou.
Perante o problema do envelhecimento da população, o autarca indicou que é necessário ampliar a rede de lares de idosos, para que seja prestado um serviço de acolhimento com qualidade, mas é ainda preciso criar “outras respostas sociais, muitas delas sem grande custo”.
“Quando a gente olha para o conjunto de imóveis do município que estão abandonados e sem uso, ou que têm um uso reduzido, podemos encontrar respostas sociais mais simples do ponto de vista financeiro e do ponto de vista técnico. Um lar de idosos é uma estrutura pesada, que tem um conjunto de recursos humanos, serviços e especificações técnicas bastante mais densas do que um centro de noite”, exemplificou.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vagos, há pessoas que pretendem estar na sua casa durante o dia, com o apoio do serviço de apoio domiciliário, mas que, durante a noite, não gostam de estar em casa sozinhas.
“Estamos a falar de um centro de noite. Estamos a falar de várias respostas sociais. No próprio apoio domiciliário podem surgir arquiteturas de apoio com mais serviços ao domicílio e mais horas, ou seja, serviços de apoio domiciliar mais adequados às necessidades do próprio utente”, apontou.
Apesar de terem “uma cobertura perfeita em número de IPSS”, com pelo menos uma em cada freguesia do concelho, Rui Cruz defende que “há que aperfeiçoar a rede de equipamentos e a rede de respostas sociais às necessidades do concelho”.