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Açores avançam com projeto inovador para combater cancro colorretal

Lusa
03-11-2025 17:59h

Os Açores vão avançar com um projeto “inovador” para combater o cancro colorretal, investindo nas áreas do diagnóstico, prevenção e tratamento, revelou hoje o hospital de Ponta Delgada e o Centro de Oncologia da região.

“A ideia é juntarmos sinergias e forças, quer para que se aumente o rastreio [do cancro colorretal] e se aumente a participação do rastreio, quer para identificar mais precocemente, quer para ter novos biomarcadores”, disse a coordenadora do "OncoFuture4AZ” no hospital de Ponta Delgada, Cláudia Branco.

A investigadora falava aos jornalistas no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, após a apresentação do projeto que resulta de um consórcio entre o serviço de Genética da instituição e o Centro de Oncologia dos Açores, com financiamento do programa comunitário Açores 2030.

O “OncoFuture4AZ”, que vai arrancar na ilha de São Miguel, irá estudar casos “antigos e recentes” para construir uma base de dados e um sistema que permitirá a identificação precoce de doentes do cancro colorretal.

“A ideia é que a gente identifique precocemente, trate mais eficazmente e evite, muitas vezes, colonoscopias desnecessárias e forneça novas metodologias e novas tecnologias aos açorianos”, explicou.

De acordo com Cláudia Branco, vão ser “utilizadas todas as amostras biológicas”, como fezes, sangue ou peças tumorais, num projeto que pretende utilizar os dados para detetar a doenças precocemente e dar “respostas mais rápidas”.

“Vamos utilizar as mesmas amostras [do rastreio] para podemos identificar a parte do microbioma e da genética, por exemplo, nas fezes. Esta parte é completamente inovadora porque as fezes não estão a ser utilizadas para serem identificadas as mutações somáticas”, exemplificou.

Já a secretária da Saúde e Segurança Social do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), Mónica Seidi, elogiou as “sinergias” entre instituições do Serviço Regional de Saúde e destacou a importância do projeto para combater um cancro que tem um “adesão baixa no programa de rastreio”.

“O que esperamos contar com este projeto é que sejam identificadas outras formas de assinalar atempadamente doentes que possam vir a estar com maior risco de desenvolvimento deste tipo de cancro. É uma mais-valia”, assinalou.

Mónica Seidi adiantou também que os Açores vão lançar o seu programa de rastreio do cancro de pulmão até ao primeiro trimestre de 2026, estando atualmente a decorrer a fase de aquisição de equipamentos.

São identificados entre 90 a 100 casos por ano de cancro do cólon e do reto nos Açores, o segundo cancro mais mortal na região, que provocou 62 mortes em 2022, de acordo com as informações disponibilizadas na apresentação do “OncoFuture4AZ”.

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