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Covid-19: Cantanhede cria equipa para fazer chegar bens de primeira necessidade a idosos

LUSA
17-03-2020 19:24h

O município de Cantanhede, no distrito de Coimbra, anunciou hoje a criação de uma equipa de intervenção para assegurar a entrega ao domicílio de medicamentos, alimentos e outros produtos de primeira necessidade a idosos sem suporte familiar.

A Equipa de Intervenção em Situações de Exceção (EISE), que funciona no âmbito do serviço municipal de Ação Social, pretende manter a população mais idosa "em recolhimento e evitar a sua exposição a situações potenciadoras de contágio por coronavírus", refere, em comunicado enviado à agência Lusa, a autarquia de Cantanhede.

A nota acrescenta que os técnicos mobilizados para a EISE "estão a fazer o levantamento das pessoas nessas circunstâncias", em articulação com os presidentes de junta de freguesia, enfermeiros dos postos de enfermagem, funcionários de instituições particulares de solidariedade social e outras entidades, "que, de algum modo, possam ter conhecimento de pessoas a necessitar deste tipo de apoio".

Esta operação, coordenada pela vereadora da Ação Social e Saúde, Célia Simões, comporta uma "avaliação da necessidade de ajuda dos idosos sinalizados".

Estes são depois contactados por técnicos dos serviços de Ação Social, "que assegurarão o transporte dos produtos de que precisam, para satisfação de necessidades básicas ao nível da alimentação, higiene e saúde", explica o município.

Quanto aos medicamentos, podem ocorrer duas situações: Se já existir prescrição médica, a resposta passa pelo contacto com a farmácia onde [os idosos] habitualmente adquirem os remédios; se a prescrição médica não existir, o elemento da EISE contacta o médico de família do idoso.

Na alimentação e produtos de higiene, "a equipa cuida do transporte sempre que necessário" e, caso exista algum destinatário "em situação de carência económica e sem meios para suportar a sua aquisição", o município fará um pedido de antecipação do fornecimento desses bens ao Banco de Recursos Colmeia, "para lhe poder ser dada resposta imediata a esse nível".

A esse propósito, o comunicado indica que foi acionado um reforço dessa resposta social criada pelo Município de Cantanhede, "através da antecipação da compra de bens prevista para abril, de acordo com a verba mensal estipulada para esse efeito".

Na nota, a autarquia de Cantanhede anuncia ainda o encerramento dos seus balcões de atendimento presencial - que, no entanto, continuarão a funcionar por telefone ou meios digitais - "tendo em vista o reforço os mecanismos de prevenção do surto de coronavírus".

"O objetivo é limitar ao mínimo possível as situações que possam favorecer a ocorrência de contaminação e impedir propagação do surto epidemiológico", argumenta o município.

Acrescenta que esse encerramento, à semelhança do fecho das feiras e mercados, da suspensão de eventos e interdição de equipamentos e instalações municipais, que já tinha sido decidida anteriormente, será reavaliado no final do mês.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro de 2019, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

 Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

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