A autoridade farmacêutica iraniana alertou hoje que a República Islâmica pode vir a sofrer de escassez de medicamentos e de equipas clínicas em breve devido às sanções impostas pela comunidade internacional por causa do programa nuclear.
“É provável que tenhamos pela frente, nos próximos meses, uma escassez de medicamentos e equipas, inclusivamente, no inverno, talvez tenhamos de procurar antibióticos”, avisou o diretor-geral da Autoridade de Alimentação e Fármacos iraniana, Akbar Abdollahi-Asl.
As Nações Unidas reitroduziram as sanções que já tinham estado em vigor contra o Irão em 28 de setembro.
Abdollahi-Asl lamentou ainda o atraso no financiamento do setor farmacêutico por parte do Banco Central persa, sublinhando que a situação poderia vir a agravar-se com o prolongamento das medidas punitivas ao seu país.
O presidente do Sindicato de Produtores de Produtos Químicos, Farmacéuticos e Embalagens iraniano, Farmaz Akhtari, afirmou que há um atraso de entre quatro a seis meses em termos de fundos destinados à importação de matérias primas para o setor.
Segundo este responsável, o Irão precisa de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 85 milhões de euros) para comprar produtos químicos necessários à sua produção interna, que representa 72% do total de consumos nesta área.
Aquele país do Médio Oriente já estava a sofrer problemas na importação de medicamentos estrangeiros desde que os Estados Unidos da América também repuseram as suas sanções, em 2018, aquando da rutura do entendimento sobre o acordo nuclear de 2015.