Os ‘ratings’ da Fitch poderão ter uma tendência mais negativa este ano do que em qualquer outro desde o final da crise financeira em 2009, devido aos efeitos económicos do novo coronavírus, afirmou hoje a agência de notação financeira.
“O impacto económico do coronavírus combinado com as respostas políticas associadas é provável que resulte num número acima da média de alterações de ‘rating’, e com uma tendência negativa mais pronunciada do que em qualquer ano desde o fim da crise financeira em 2009”, pode ler-se numa nota da Fitch enviada às redações.
A agência nota que os histórico orçamental será uma componente da sua análise no impacto das medidas orçamentais suplementares tomadas na sequência da crise económica provocada pelo surto de Covid-19.
“A intenção será avaliar se as medidas orçamentais temporárias – e, em muitos casos, urgentes – introduzidas para contrariar o impacto do coronavírus terão implicações nas finanças públicas que passem para o médio prazo”, justifica a empresa.
A Fitch considera que “medidas macroeconómicas tradicionais terão efeitos limitados nos cortes motivados por preocupações de saúde, mas poderão ter um papel em abrandar o impacto consequente nos fluxos de receitas das empresas e famílias, evitando um declínio económico mais marcado e extenso”.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180.000 pessoas, das quais mais de 7.000 morreram e 75.000 recuperaram.
O surto começou em dezembro na China, que regista a maioria dos casos, e espalhou-se entretanto por mais de 145 países e territórios. Na Europa há mais 67.000 infetados e pelo menos 2.684 mortos, a maioria dos quais em Itália, Espanha e França.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos. Há ainda a assinalar mais 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardam resultado laboratorial.
Do total de cidadãos infetados em Portugal, três recuperaram.
O país está em estado de alerta desde sexta-feira, tendo o Governo colocado os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.