Investigadores do Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) de Castelo Branco participaram num estudo internacional que avaliou a influência da microbiota na perda de peso e na redução da gordura em adultos com obesidade.
“No âmbito deste estudo, os investigadores do CATAA recorreram a tecnologias de sequenciação de nova geração de long-reads, permitindo uma caracterização mais aprofundada das espécies bacterianas presentes na microbiota intestinal dos participantes”, explicou, numa nota enviada à agência Lusa, o centro agroalimentar.
O estudo publicado na revista científica internacional Nutrients revelou alterações significativas na diversidade da microbiota intestinal de adultos com obesidade submetidos a um programa multidimensional de perda de peso.
Segundo o CATAA, a investigação “sugere um possível mecanismo mediado pela microbiota na perda de peso, nomeadamente a Faecalibacterium, que “poderá potenciar a redução da gordura neste tipo de intervenção na dieta”.
A investigação, intitulada “Gut Microbiota Shifts After a Weight Loss Program in Adults with Obesity: The WLM3P Study”, avaliou adultos com obesidade durante seis meses e comparou planos alimentares.
O programa multicomponente (Weight Loss Maintenance 3 Phases Program (WLM3P)) combinou restrição calórica, dieta rica em proteína e pobre em hidratos de carbono, alimentação com horário restrito, suplementação alimentar e acompanhamento digital, com uma dieta tradicional baixa em hidratos de carbono.
“Os resultados mostraram que o grupo seguido pelo programa multicomponente registou aumento da diversidade da microbiota intestinal com maior presença de bactérias benéficas, como o Faecalibacterium, que se associou a reduções mais significativas de massa gorda e gordura visceral”.
O centro agroalimentar reafirma a sua posição na vanguarda da análise de microbiota em diferentes matrizes - desde o intestino humano até alimentos, solos e plantas - contribuindo para investigação de excelência em saúde, nutrição e sustentabilidade.
O CATAA é uma associação sem fins lucrativos, de natureza privada, constituída em julho de 2010.
Detida na sua maioria pelo município de Castelo Branco, tem como associados o IPCB e a InovCluster.
É constituído por três unidades laboratoriais (físico-química, microbiologia e análise sensorial) e por quatro unidades de desenvolvimento tecnológico (lácteos, cárneos, azeites e hortofrutícolas).
A associação, no seu conjunto, está vocacionada para a investigação, desenvolvimento, transferência de tecnologia e formação, com principal foco no setor agroalimentar.