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Covid-19: União Africana aconselhada a cancelar eventos com mais de 1.000 participantes

LUSA
17-03-2020 16:45h

O Centro para Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) em África aconselhou hoje a União Africana a cancelar ou adiar todos os eventos com mais de 1.000 pessoas e os que tenham mais de 50 participantes internacionais.

De acordo com as recomendações desta agência da União Africana para a realização de iniciativas durante a pandemia Covid-19, divulgadas hoje, os organizadores devem sempre equacionar se os objetivos do evento podem ser alcançados com a sua realização virtual.

A União Africana é uma estrutura homóloga da União Europeia, com sede em Adis Abeba, na Etiópia, e que reúne 55 países africanos, realizando reuniões, conferências e outros encontros regulares com grande número de participantes.

De acordo com as orientações do CDC, durante este período, a organização deve adiar a realização de eventos com mais de 1.000 participantes, o mesmo se aplicando aos encontros com mais de 50 pessoas desde que incluam participantes internacionais, ou seja, pessoas que tiveram de atravessar uma ou mais fronteiras para chegar ao país.

O CDC admite “raras exceções” para encontros “importantes e urgentes” cujo adiamento venha a ter impactos negativos em questões de saúde ou segurança, aconselhando, nestes casos, a implementação de medidas para prevenção e controlo de infeções.

Para os eventos com mais de 50 pessoas, mas sem participantes internacionais é apenas recomendada a aplicação destas medidas de saúde pública, que preveem, entre outras coisas, que os participantes se sentem com pelo menos um metro de distância, haja instalações sanitárias com água e sabão abundantes e um espaço para isolamento de pacientes em caso de necessidade.

Preveem igualmente que os participantes contactem os organizadores após a realização do evento no caso de terem alguns dos sintomas da doença.

O CDC elaborou também um conjunto de recomendações para funcionários e outros membros da União Africana que estejam em viagem em países onde existe transmissão local pelo novo coronavírus, devendo estes, no regresso, ficar de quarentena durante 14 dias e contactar as autoridades de saúde se tiverem tosse, febre ou dificuldades respiratórias.

O continente africano tem sido o menos afetado pela pandemia de coronavírus, registando atualmente 418 casos em 30 países.

Egito, com 150 casos, a África do Sul, com 62, e a Argélia, com 60, são os países mais afetados.

A Etiópia, onde se encontra a sede da União Africana, regista quatro casos.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 7.000 morreram e 75 mil recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

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