As recomendações foram emitidas na sequência de uma conversa aberta, realizada na semana passada, na cidade da Praia, para discutir o quadro epidemiológico da Covid-19 no mundo e em Cabo Verde e socializar as preocupações dos médicos e demais profissionais de saúde.

Os médicos cabo-verdianos entendem que se deve racionalizar a circulação dos profissionais de saúde e eventos técnico-científicos considerados não essenciais.

A OMC também quer ver garantida a implementação de normas de proteção dos profissionais de saúde necessários para a abordagem dos pacientes com segurança, bem como a definição de estratégias de seguimento dos profissionais que tiveram contacto com casos suspeitos ou infetados pelo novo coronavírus. 

Os médicos cabo-verdianos recomendam ainda a definição de critérios de quarentena e subsídio de risco para os profissionais de saúde com suspeita ou confirmação de exposição a doentes de Covid-19. 

Também consideram que se deve evitar a aglomeração desnecessária de pessoas e utentes de saúde, sobretudo nas urgências, nas consultas, e em áreas de marcação de exames complementares de diagnóstico. 

“Considerar a hipótese de consulta não presencial em situações bem definidas (doenças crónicas estáveis, renovação de receituário)” é ainda defendido pela OMC, que recomendou a suspensão do registo biométrico através de impressão digital nos serviços públicos cabo-verdianos. 

A ordem profissional apelou aos médicos para adotarem “com rigor e responsabilidade” as orientações disponíveis no Plano Nacional de Contingência, elaborado pelo Governo. 

Os médicos cabo-verdianos pedem igualmente uma comunicação assertiva e eficaz, divulgação das normas e fluxogramas pelos responsáveis das estruturas de saúde, tanto públicas como privadas.

Por último, apelam aos estrangeiros no país para que se mantenham “obrigatoriamente” em quarentena e que contactem a linha de apoio 8001112 em caso de apresentarem sintomas. 

Cabo Verde ainda não registou qualquer caso do novo coronavírus, mas segundo a OMC esta situação não permite pensar que o país está livre do impacto da pandemia. 

“Neste momento de crise, a OMC destaca a importância de manter a calma, a serenidade, respeitar e seguir as diretrizes emanadas pelas autoridades competentes e salienta a necessidade de uma gestão criteriosa de informação, de uma coordenação competente, em abono à eficácia, no combate à pandemia do Covid-19”, apelou a organização.

O novo coronavírus é responsável pela pandemia da Covid-19, que já infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. 

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença. 

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.