A polícia municipal de Madrid está a utilizar ‘drones’ com altifalantes para avisar as pessoas que devem ficar em casa e cumprir as regras impostas pelo “estado de emergência” em que o país vive desde sábado.
Os aparelhos, comandados à distância, são utilizados para detetar pessoas e "enviar uma mensagem de aviso" para que não andem em certas zonas vedadas aos cidadãos, principalmente parques e jardins.
Principalmente nos primeiros dias do ‘estado de emergência’, os ‘drones’ da polícia, equipados com altifalantes, exortaram, em vários pontos da capital, os cidadãos a isolarem-se nas suas casas para evitar contactos e novas infeções do coronavírus.
Com o encerramento das escolas e o estabelecimento de sistemas em que as pessoas passam a trabalhar em casa (teletrabalho), algumas famílias decidiram mudar-se para as suas casas de férias, principalmente perto das praias do sul de Espanha, em zonas muito menos afetadas pelo covid-19 do que Madrid.
As autoridades espanholas têm informado que a partir do momento em que essas pessoas mudam de domicílio devem manter-se no mesmo local até que terminem as dificuldades de movimentação no país.
Os cabeleireiros e barbeiros, que inicialmente se podiam manter abertos porque o Governo considerava que tinham uma função social muito importante para higiene de muitos idosos, deixaram de poder fazê-lo.
O executivo acabou por mudar de opinião e fechar esses comércios a pedido da comunidade de Madrid, que considerou desaconselhável a sua abertura e os perigos de contágio que podem trazer, sendo apenas permitido que o serviço seja prestado em casa das pessoas.
Ainda em Madrid, o Governo nacional deu luz verde ao acordo entre o executivo regional e as empresas de comida Telepizza e Rodilla para distribuírem ementas a 11.500 crianças da região com poucos recursos durante o período de quarentena em que as escolas permanecem fechadas.
O Ministério da Saúde "concordou" que a partir de quarta-feira estas empresas de ‘fast food’ comecem a distribuir os menus preparados para as crianças que beneficiavam de um preço reduzido na cantina das escolas porque pertenciam a famílias com poucos recursos.
As plataformas de distribuição de alimentos a casa já estão a registar uma queda na atividade devido ao fecho de bares e restaurantes decretado pelo Governo, mas também devido à decisão de grandes redes de alimentação de suspender este serviço no contexto da crise de saúde causada pelo coronavírus.
A Glovo, Just Eat, Deliveroo e Ubereats revelaram uma redução significativa no número de restaurantes associados a esses operadores, segundo a agência Efe.
Num país em que os cidadãos estão habituados a passar muito tempo fora de casa, os espanhóis estão a adaptar-se a viver em isolamento organizando concertos ou jogos de bingo nas janelas dos prédios e a tomar o tradicional “aperitivo” por videoconferência.
Também há sempre alguém a tentar contornar as medidas impostas, tendo a polícia espanhola surpreendido um homem com um peluche a fingir que passeava o seu cão numa rua de Palencia (Castela e Leão) na última segunda-feira à noite.
O Governo espanhol aprovou no último sábado o ‘estado de emergência’ com medidas "drásticas" para combater o novo coronavírus que incluem a proibição a todos os cidadãos de andar na rua, a não ser para irem trabalhar, comprar comida ou à farmácia.
Todas as forças policiais do país, incluindo as que são da responsabilidade das autoridades regionais, passam a estar debaixo das ordens do ministro do Interior (Administração Interna).
A Espanha é um dos países mais atingido com a pandemia covid-19, tendo registado até hoje 11.178 casos positivos desde o início do surto, dos quais 491 pessoas morreram e 1.098 foram curados.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.