Quaisquer "alterações necessárias" ao modelo de qualificação para Tóquio2020 serão divulgadas no início de abril, informou hoje o Comité Olímpico Internacional (COI), em comunicado, depois de vários eventos terem sido cancelados devido à pandemia de Covid-19.
Em comunicado emitido após uma reunião com a Associação de Federações Internacionais de desportos olímpicos de verão, o COI garantiu que nenhum atleta ou comité nacional vai perder a quota ou lugar já atribuídos para Tóquio2020.
"À data, 57% dos atletas já estão qualificados. Para os restantes 43%, o COI vai trabalhar com as federações internacionais para fazer as adaptações que sejam necessárias e práticas ao sistema de qualificação", indica.
Estas alterações terão em conta que podem ainda ser utilizados no processo de qualificação eventos que não tenham ainda sido cancelados, desde que "continuem a garantir acesso justo para todos os atletas e equipas".
Outro dos princípios baseia-se no sistema de qualificação, que deve ser definido "desporto a desporto", uma vez que cada modalidade utiliza critérios diferentes, e refletir, "quando possível, os critérios utilizados", baseando-se em resultados conquistados ou em ‘rankings' internacionais.
"Qualquer aumento no número de quotas para atletas será considerado caso a caso e apenas sobre circunstâncias extraordinárias, tendo o apoio do Comité Organizador de Tóquio2020", acrescenta o COI.
No início de abril serão publicadas as alterações, depois de serem submetidas propostas pelas federações internacionais, e o comité garantiu ter já em marcha "um procedimento acelerado para resolver a situação".
Na mesma nota, o COI reforçou a vontade de realizar Tóquio2020 como previsto, de 24 de julho a 09 de agosto, garantindo ser ainda cedo para quaisquer medidas drásticas, num dia em que o governo japonês manifestou a mesma crença e que o vice-presidente do Comité Olímpico do Japão, Kozo Tashima, testou positivo a Covid-19.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos, o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal há 448 pessoas infetadas, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.