Mais de 1.300 casos de cólera foram detetados na última semana no Darfur do Norte, no oeste do Sudão, quando escasseiam os recursos médicos, informou hoje o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Os casos foram registados na zona de Tawila, que acolhe dezenas de milhares de pessoas que fugiram dos ataques contra o campo de deslocados de Zamzam, perto da cidade de Al Fasher, capital de Darfur do Norte, em meados de abril passado.
Em comunicado, a organização refere que os parceiros locais e internacionais estabeleceram centros de tratamento da cólera, mas “todos os recursos atuais estão longe de ser suficientes diante do aumento dos casos”.
Por isso, o OCHA alertou para a necessidade “imediata de centros de saúde, instalações sanitárias móveis, ambulâncias e material para a gestão de resíduos”.
Muitos destes contágios ocorreram depois de as pessoas afetadas terem regressado às suas aldeias e, face à escassez de recursos, se terem visto “obrigadas a depender de tanques de água expostos e contaminados, por não haver outras fontes”.
Estas circunstâncias “aumentam o risco de se contraírem doenças transmitidas pela água”, alertou o OCHA após uma missão de avaliação com os seus parceiros humanitários no terreno, que alertaram para os graves desafios que as pessoas deslocadas enfrentam.
O Sudão registou, no passado dia 15 de julho, 13 mortes por cólera e 674 novos casos durante uma semana, elevando o total de contágios para 87.762 e para 2.264 mortes em 111 localidades de 17 Estados, de acordo com dados do Ministério da Saúde sudanês.
Também Angola e Moçambique registam atualmente casos de cólera.
A situação sanitária agrava-se no Sudão, um país que vive, desde 15 de abril de 2023, uma guerra que causou a morte de dezenas de milhares de pessoas e o deslocamento de cerca de 13 milhões, o que provocou a pior crise humanitária do planeta.