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Associação defende que enfermeiros obstetras podem reduzir impacto do fecho de urgências

LUSA
03-07-2025 18:15h

A Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras (APEO) defendeu hoje que a mobilização de equipas de enfermagem desta área pode reduzir de “forma significativa” os impactos da falta de médicos especialistas nas urgências durante o verão.

“A mobilização e valorização da equipa de enfermagem obstétrica poderá mitigar de forma significativa os impactos decorrentes da indisponibilidade médica, garantindo resposta assistencial em dias críticos e reduzindo o número de transferências desnecessárias de utentes”, adiantou a associação, em comunicado.

A APEO salientou que foi “com muita preocupação” que tomou conhecimento de que, durante grande parte do mês de julho, as “urgências de obstetrícia de vários hospitais vão estar encerradas”, por indisponibilidade de médicos obstetras para assegurar as escalas.

Perante essa possibilidade, a associação realçou que os enfermeiros obstetras possuem as competências legalmente reconhecidas para assegurar o acompanhamento da gravidez e do parto de baixo risco, podendo garantir cuidados diferenciados em situações que não exigem a intervenção médica imediata.

A associação apontou os casos do acompanhamento da gravidez de baixo risco, da vigilância e condução do trabalho de parto eutócico (vaginal sem recurso a instrumentos), da realização da admissão das grávidas, do internamento e alta clínica nos casos de evolução fisiológica e da continuidade dos cuidados no pós-parto imediato.

O comunicado alega uma orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS), que considera que os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica (EESMO) “desempenham um papel fundamental na monitorização e acompanhamento do trabalho de parto em mulheres de baixo risco”, atuando de forma autónoma na vigilância do trabalho de parto eutócico, em articulação com uma equipa multidisciplinar.

Além disso, segundo a APEO, estes profissionais são competentes para realizar triagem clínica em situações urgentes, avaliando a gravidade e coordenando o encaminhamento adequado, conforme previsto na orientação da DGS.

“Estamos disponíveis para colaborar na reorganização de processos e protocolos locais que permitam a ativação efetiva destas competências, no superior interesse das grávidas e recém-nascidos assistidos nestas unidades”, salientou a associação.

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