A raiva já matou seis pessoas em Timor-Leste, informou o Governo timorense, que disse estar a trabalhar para prevenir e mitigar o surto daquela doença, detetada em maio de 2023 na parte indonésia da ilha de Timor.
"Neste momento, a raiva tornou-se uma preocupação para todos nós, porque ameaça a saúde pública no nosso país. Gostaríamos de informar que a doença da raiva já matou 6 timorenses", refere uma circular conjunta das autoridades.
A circular, com data de 27 de junho, foi divulgada quinta-feira na página oficial do Governo.
As vítimas mortais são do enclave de Oecussi (3), Bobonaro (2) e de Ermera (1).
Na circular, as autoridades pedem às pessoas donas de cães, gatos e macacos que os mantenham presos ou fechados e que os levem aos postos de vacinação instalados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária, Pescas e Florestas ou a clínicas veterinárias privadas para serem vacinados contra a raiva.
O Governo proibiu também o transporte daqueles animais domésticos entre municípios, incluindo para Ataúro e Oecussi (enclave no lado indonésio da ilha de Timor), e a entrada de animais provenientes do estrangeiro no país, quer por via terrestre, área ou marítima.
"Nos casos em que a guarda dos Postos de Trânsito ou a Equipa Conjunta os encontrar, os animais serão apreendidos e eliminados", salienta a circular.
As autoridades vão também abater cães e gatos sem dono.
"Quando não forem cumpridas as regras mencionadas e no caso de alguém ser mordido por algum cão, gato ou macaco, os donos desses animais vão ser responsabilizados", acrescenta a circular.
A raiva foi registada pela primeira vez na parte ocidental da ilha de Timor em maio de 2023 e reapareceu em Timor-Leste em 2024.
Entre abril de 2024 e junho, foram registados 1.445 casos de mordedura de cão no país.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a distribuição geográfica dos casos mostra que Díli é o município com maior número de casos, 553, (41,2%), seguido da região de Oecussi, com 425 casos (31,6%) e Bobonaro com 294 casos (21,9%).
Cerca de 66% das pessoas mordidas por cães receberam a vacina antirrábica (VAR), mas muitas não completaram as cinco doses recomendadas. Apenas 18% dos pacientes receberam imunoglobulina antirrábica (RIG), informou o Ministério da Saúde.
Os sinais característicos da raiva em cães incluem comportamento agressivo, corridas descontroladas e mordeduras aleatórias, produção excessiva de saliva, procura de locais escuros, medo da água, dificuldade em comer e beber, e paralisia dos membros.
O Governo da Austrália apoiou com 200 mil doses da vacina contra a raiva, permitindo vacinar a totalidade dos cães em território nacional.