A terapeuta sexual Rita Torres considera que individualmente a endometriose impacta “o que é ser mulher e a relação com o próprio corpo”. Quando vivida a dois, “por ser um tema tão doloroso o casal deixa de falar sobre ele, é como se fosse um elefante na sala e como não se fala, vai-se criando afastamento e desconexão”.

No episódio de Amor Imperfeito dedicado às “Doenças Ginecológicas”, falou-se de endometriose e sexualidade.

Rita Torres sublinha que “cada casal é um universo” pois o caminho é individual, mas passa sobretudo por aceitar porque, afirma a terapeuta sexual, “quando aceito a doença permito que não tome conta da minha vida”

A sobre proteção e os sentimentos de pena, embora com boa intenção, Rita Torres considera que acabam por desvalorizar a mulher.

É uma doença crónica que pode trazer muita incapacidade ao dia-a-dia, para além de um impacto inevitável na vida sexual. Segundo dados da associação MulherEndo, estima-se que afete aproximadamente 2 a 17% da população feminina em geral, assim como cerca de 50% de mulheres com infertilidade. O caminho até ao diagnóstico é longo, e para isso contribui a normalização da dor menstrual.

Amor Imperfeito é um programa sobre relações que estreia todos os domingos, às 21h30.