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OMS acusa indústria do tabaco de recorrer a “estratégias insidiosas” para atrair jovens

LUSA
29-05-2025 17:44h

Cerca de 37 milhões de adolescentes consomem tabaco a nível global, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS), que acusa a indústria de utilizar “estratégias insidiosas” para atrair os mais jovens para os seus produtos.

O alerta para o consumo por adolescentes consta de uma campanha da OMS sobre o Dia Mundial sem Tabaco, que se assinala anualmente a 31 de maio, e que este ano pretende “desmascarar o apelo” da indústria do setor para a utilização de produtos com nicotina “altamente viciantes”.

“Todos os dias, as indústrias do tabaco e da nicotina utilizam produtos cuidadosamente concebidos e táticas enganosas para prender uma nova geração de utilizadores e manter as existentes”, salienta a organização das Nações Unidos, que estima que 37 milhões de jovens entre 13 e os 15 anos em todo o mundo utilizem tabaco.

De acordo com a OMS, em muitos países, a taxa de utilização de cigarros eletrónicos pelos jovens ultrapassa a dos adultos e o conteúdo do `marketing´ que promove este tipo de produtos foi visualizado mais de 3,4 mil milhões de vezes nas redes sociais.

A organização refere ainda que cerca de 16 mil aromas podem ser encontrados em muitos produtos de nicotina e de tabaco e que são frequentemente apontadas como a principal razão para o início do consumo.

“As indústrias do tabaco e da nicotina utilizam estratégias insidiosas para tornar os seus produtos nocivos atrativos, especialmente para os jovens”, acusa a OMS, para quem eliminar o apelo destes produtos através de regulamentações mais rigorosas é essencial para proteger as gerações atuais e futuras de danos para a saúde.

O tabaco matará mais de oito milhões de pessoas no mundo todos os anos até 2030 se as atuais tendências se mantiverem, estimou a OMS num relatório divulgado em 2024, segundo o qual 80% das mortes ocorrerão em países pobres.

Os Estados-membros da OMS criaram o Dia Mundial Sem Tabaco em 1987 para alertar para “a epidemia do tabaco” e para as mortes e doenças que provoca.

“Ao longo do século XXI, o consumo de tabaco poderá matar até mil milhões de pessoas, a menos que sejam tomadas medidas urgentes”, alertaram os peritos no relatório.

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