Os pescadores da região de Aveiro continuam a sair para a faina normalmente, sem tomar precauções para diminuir os riscos de contágio com o novo coronavírus, mas trabalham “com medo”, relatou hoje a associação de pesca da região.
“As pessoas estão a ir para o mar na mesma. O pessoal vai para o mar e todos os dias vem vender o peixe a terra. Estamos a fazer o nosso trabalho normal”, disse à Lusa o presidente da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA), José Miguel Castro.
O responsável diz não conhecer ninguém que tenha decidido suspender a atividade por causa da Covid-19, mas refere que os pescadores “estão a trabalhar com medo”.
“Não tenho conhecimento que os barcos tenham parado, mas andamos com muito receio. Os próprios compradores das lotas também andam com medo, porque têm de se sentar na bancada para o peixe ser vendido em leilão”, disse José Miguel Castro.
O presidente da APARA referiu ainda que os pescadores não estão a tomar quaisquer precauções para não serem contaminados com o novo Coronavírus.
“Se houver alguém contaminado a bordo de uma embarcação, não temos possibilidade de andar afastados uns dos outros. Toda a gente come à mesa e estão em contacto, porque é um espaço muito curto. É a sorte com Deus”, explicou.
A lota de Aveiro também se encontra a funcionar no horário normal, tendo colocado em prática o seu plano de contingência.
Fonte da Docapesca contactada pela Lusa adiantou que estão a pedir às pessoas para chegarem à lota com 15 minutos de antecedência do leilão, limitando o acesso dos compradores “às bancadas e área de levantamento de pescado”.
No seu ‘site’, a empresa refere ainda ter disponibilizado o acesso gratuito ao sistema de leilão online, durante o atual período de pandemia da Covid-19, que permite fazer compras à distância em cinco lotas do país (Matosinhos, Figueira da Foz, Peniche, Sesimbra e Portimão).
De acordo com a mesma nota, qualquer comprador de pescado inscrito na Docapesca pode aderir ao leilão online, sem qualquer custo, bastando seguir as indicações divulgadas no ‘site’.