Mais de 1,7 milhões de pessoas foram vacinadas este mês contra a cólera na província moçambicana de Nampula, correspondendo a 99% da meta inicial, anunciaram hoje as autoridades de saúde.
De acordo com os dados apresentados pelo responsável de saúde pública no Serviço Provincial de Saúde de Nampula, Geraldino Avalinho, a previsão apontava para a vacinação de 1.758.335 indivíduos com idade igual ou superior a um ano em quatro distritos, tendo a campanha alcançado 1.744.737 pessoas do grupo alvo, de 17 a 21 de maio.
“Estamos satisfeitos com os resultados alcançados tendo em conta as nuances e o temor que tivemos, mas entendemos que, como setor de saúde, é nosso dever”, explicou Avalinho.
Acrescentou que, mesmo após o fim do período previsto para a campanha, foi necessário continuar com a operação por mais dois dias, sobretudo no distrito de Angoche, concretamente no posto administrativo de Quilua, onde um grupo minoritário de indivíduos estava a desinformar a comunidade sobre a cólera, provocando receio junto da equipa de vacinação.
“Depois de conversações, com o apoio de lideranças locais, conseguimos vacinar nos dois últimos dias da campanha e tivemos que continuar a vacinar dois dias depois do termino, por compreender que ainda tínhamos alguma população por vacinar naquela área”, admitiu.
Avalinho recordou que a campanha decorreu em quatro distritos da província onde o surto da cólera está ativo, casos de Angoche, Murrupula, Nampula e Larde, visando conter a cadeia de contaminação da doença.
Segundo o responsável, a situação de cólera na província de Nampula está controlada, com uma redução de casos nos quatro Centros de Tratamento de Cólera (CTC) abertos nos quatros distritos.
“Uma tendência significativa de redução de número de casos. Só para ter uma ideia, nas últimas 48 horas não foi internado nenhum caso de cólera nos quatro CTC e neste momento só temos dois pacientes internados, sendo um em Angoche e o outro no distrito de Nampula”, acrescentou.
O surto de cólera em Nampula foi declarado no dia 17 de outubro de 2024, no distrito de Mogovolas, contando desde então com um total de mais de três mil infetados e 40 óbitos provocados pela doença.