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Covid-19: Mesquita Central de Lisboa fecha se for decretado estado de emergência

LUSA
17-03-2020 12:49h

A Mesquita Central de Lisboa deverá encerrar caso seja decretado o estado de emergência devido à pandemia de Covid-19, mas ainda celebra cinco orações diariamente, exceto a principal de sexta-feira que está suspensa, disse hoje o imã David Munir.

“Se o Governo decretar alerta de emergência então fechamos mesmo. Caso alerta de emergência, vamos fechar mesmo a mesquita. Não haverá nenhuma oração”, afirmou à agência Lusa o sheik Munir.

Na semana passada, foi anunciado que a principal oração de sexta-feira, 13 de março, às 14:00, tinha sido cancelada para garantir a segurança da comunidade muçulmana.

De acordo com David Munir, o Salatul Jumuah, onde participam cerca de 1.300 pessoas, está agora suspenso por tempo indeterminado.

“Está suspensa por tempo indeterminado. Na oração de sexta-feira há muita gente e não consigo [controlar], não conheço [as pessoas] e não sei de onde elas vêm”, vincou o líder religioso.

Com as visitas de estudo e as aulas também canceladas, a Mesquita Central de Lisboa vai celebrar apenas cinco orações diárias, abrindo portas cinco minutos antes de cada ato religioso.

“Nas orações diárias vêm só três, quatro, cinco pessoas, não mais do que seis. Portanto, vamos fazendo. São poucas pessoas e são mais ou menos as mesmas pessoas. Faz-se calmamente”, explicou o sheik Munir.

Às pessoas que ainda se deslocam ao espaço para orar, a Comunidade Islâmica de Lisboa sugeriu que estas fizessem a ablução [rito de purificação e higienização] em casa e usam os seus tapetes.

“Estamos a pedir às pessoas para fazer a ablução em casa e, se for possível, trazerem o seu próprio tapete”, salientou David Munir, reforçando que as pessoas devem ter cuidado com “a higiene, mais concretamente lavar as mãos e onde se toca”.

O líder religioso deu ainda uma mensagem de esperança, referindo que a pandemia de Covid-19 será ultrapassada com a contribuição de todos.

“É preocupante. Se cada um contribuir com aquilo que puder no aspeto de positivismo, muito em breve nós iremos ultrapassar, se Deus quiser, esta situação que nos complica a todos independentemente da crença”, concluiu.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há o registo oficial de 448 pessoas infetadas e uma morte, de acordo com os números mais recentes da Direção-Geral da Saúde, anunciados na segunda-feira.

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