O Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) assegurou hoje que ficou "profundamente encorajado" com os recentes comentários de Elon Musk, conselheiro próximo de Donald Trump, sobre garantir o financiamento dos Estados Unidos para a ajuda internacional.
Elon Musk fez os comentários na terça-feira, à margem do Fórum Económico do Qatar, durante uma videoconferência transmitida publicamente pela Bloomberg, informou a ONUSIDA em comunicado.
No vídeo, o bilionário pergunta ao jornalista, que o questionou sobre os cortes no orçamento dos EUA, que programas médicos "não estão a ser financiados", antes de acrescentar: "Vou corrigir isto imediatamente".
"Se for verdade, o que duvido, resolveremos", acrescentou, depois de o jornalista ter citado como exemplo as atividades de prevenção.
A agência da ONU disse estar "profundamente encorajada pela declaração de Elon Musk de que irá abordar a atual crise de subfinanciamento do governo dos EUA para os serviços vitais de VIH".
Donald Trump impôs um congelamento de grande parte da ajuda externa dos EUA, permitindo-lhe eliminar programas que não vão ao encontro das suas prioridades.
A administração do republicano concedeu isenções, incluindo para o programa Pepfar, que é um pilar da luta contra a SIDA em todo o mundo.
A ONUSIDA considera que a luta contra a SIDA está interrompida apesar da isenção do congelamento norte-americano.
"Atualmente, muitos programas de prevenção do VIH apoiados pelo Pepfar estão paralisados", realçou o ONUSIDA.
De acordo com o programa, a isenção dos EUA para determinados serviços, incluindo testes e tratamento, "não está totalmente implementada nos países e exclui quase todos os serviços de prevenção do VIH, exceto os de mulheres grávidas e lactantes".
A ONUSIDA estima que uma interrupção permanente dos programas de prevenção e tratamento do VIH atualmente apoiados pelo Pepfar resultaria em mais 6,6 milhões de novas infeções e 4,2 milhões de mortes relacionadas com a SIDA até 2029.