A organização Médicos Sem Fronteiras acusou hoje Israel de estar a condicionar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, permitindo apenas quantidades consideradas insuficientes.
Os Emirados Árabes Unidos chegaram hoje a um acordo com Israel para permitir a entrega de ajuda humanitária urgente à Faixa de Gaza.
De acordo com um comunicado publicado pela agência de notícias oficial dos Emirados, WAM, a entrega de ajuda vai satisfazer numa fase inicial as necessidades de aproximadamente 15 mil pessoas.
Para a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras, a ajuda foi autorizada, mas é "ridiculamente insuficiente" em relação às necessidades do território.
Na opinião da organização, o Estado de Israel apenas pretende não "ser acusado de matar a população à fome".
"Este plano é uma forma de utilizar a ajuda como um instrumento ao serviço dos objetivos militares das forças israelitas", disse Pascale Coissard, coordenadora de emergência dos Médicos Sem Fronteiras em Khan Younis, sul de Gaza, através num comunicado de imprensa.
Tom Fletcher, responsável da agência para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas, alertou na terça-feira que cerca de 14 mil bebés podem morrer na Faixa de Gaza esta semana se os mantimentos não chegarem imediatamente ao enclave palestiniano.
Também na terça-feira, as autoridades israelitas anunciaram que 93 camiões de ajuda humanitária da ONU entraram na Faixa de Gaza, um dia depois de apenas nove terem sido autorizados, disseram as Nações Unidas.
Entretanto, a União Europeia anunciou que vai rever o acordo de associação com Israel em resposta ao bloqueio imposto desde março e que impede a entrada de alimentos e medicamentos, entre outros bens de primeira necessidade.