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Covid-19: Encerradas 80% das 600 lojas da cidade de Viana do Castelo

LUSA
17-03-2020 11:52h

Cerca de 80% das 600 lojas comerciais instaladas na área urbana de Viana do Castelo fecharam portas por causa da pandemia de Covid-19, informou hoje à Lusa o presidente da Associação Empresarial (AEVC).

Contactado pela Lusa a propósito das consequências sociais e económicas que a doença Covid-19 está a ter no tecido empresarial do concelho, Manuel Cunha Júnior adiantou que "aquela estimativa resulta do levantamento que está a ser feito junto do comércio, cafés e restauração na cidade de Viana do Castelo".

Segundo o presidente da AEVC, "o tecido empresarial instalado em todo o concelho de Viana do Castelo integra cerca de 3.400 empresas, perto de 1.000 dos setores de hotelaria, restauração e similares".

"No concelho de Viana do Castelo cerca de 70% das empresas já decidiram encerrar por causa da pandemia de Covid-19", especificou.

Relativamente a processos de ‘layoff' (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo), o responsável adiantou que "há muitas dúvidas porque todos os dias surge nova informação".

"Os empresários ainda estão a aguardar a clarificação da informação", referiu.

Manuel Cunha Júnior adiantou ainda que a AEVC vai bater-se pelo "reforço dos apoios que o Governo já anunciou para as pequenas e médias empresas (PME)e pela "desburocratização" no acesso a essas ajudas.

O responsável defendeu ainda a criação de uma linha de apoio apenas para as grandes empresas.

"Se as grandes empresas acederem aos apoios previstos para as PME, o dinheiro irá esgotar-se muito rapidamente. As grandes empresas devem ter uma linha de apoio diferente da que será disponibilizada para as PME, senão as PME não chegam lá nunca", frisou.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Em Portugal há 331 pessoas infetadas, segundo o boletim diário de segunda-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS), e a primeira morte registou-se no mesmo dia, tratando-se de um homem de 80 anos com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo anunciou, também na segunda-feira, o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

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