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Sul africana Tiger Brands oferece indemnização a vítimas de epidemia de listeriose

LUSA
12-05-2025 19:21h

A Tiger Brands, a maior empresa de alimentos da África do Sul, anunciou hoje ter feito uma proposta para indemnizar as vítimas do pior surto de listeriose do mundo.

Mais de 900 pessoas foram infetadas na África do Sul e pelo menos 180 morreram entre 2017 e 2018 num surto detetado numa fábrica de alimentos, propriedade da Tiger Brands.

As vítimas entraram com uma ação coletiva contra a empresa, em 2018.

“A Tiger Brands confirmou que os advogados que representam a sua principal seguradora fizeram uma proposta de acordo ao advogado dos autores” da queixa contra a empresa, em comunicado do grupo alimentício.

A oferta é “parte de um roteiro para uma possível resolução global da ação coletiva de listeriose”, disse.

De acordo com a proposta, a indemnização total será oferecida a determinadas categorias de reclamantes que sofreram danos como resultado da contaminação.

“A oferta está sujeita a certas condições e foi feita sem admissão de responsabilidade”, afirmou a Tiger Brands, acrescentando que os nomes dos que aceitarem a oferta não serão publicados para proteger a sua privacidade.

O advogado das vítimas, Richard Spoor, saudou “o reconhecimento efetivo da responsabilidade pela Tiger Brands” e estima que o número total de vítimas seja superior a 200, a maioria delas crianças.

A oferta da empresa “reflete um movimento positivo em direção à responsabilidade corporativa, à cidadania responsável e à justiça para as vítimas”, sublinhou a empresa em comunicado.

A listeriose é causada por bactérias presentes no solo, na água, na vegetação e nos excrementos de animais, que podem contaminar alimentos frescos, principalmente carnes.

A contaminação leva a doenças semelhantes à gripe, infeção sanguínea e, nos casos mais graves, infeção cerebral, que pode ser fatal.

De acordo com as autoridades de saúde da África do Sul, a fonte da epidemia de 2018 foi uma fábrica pertencente à Enterprise Food, uma subsidiária da Tiger Brands, localizada a 300 quilómetros a nordeste da capital, Pretória, que produzia salsichas que eram particularmente populares entre os consumidores sul-africanos.

Vários países africanos impuseram restrições às importações de carne sul-africana na sequência dessa crise.

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