A porta-voz do PAN Inês de Sousa Real pediu hoje ao primeiro-ministro para recorrer à sua “experiência como CEO” para responder aos problemas da saúde no país, acusando o Governo de querer privatizar o SNS.
Em declarações aos jornalistas após uma visita à unidade de saúde familiar de São João do Estoril, Inês de Sousa Real criticou a política de saúde do atual Governo, que acusa de querer privatizar o Serviço Nacional de Saúde em vez reforçar o investimento, e apelou ao primeiro-ministro para usar a sua “experiência como CEO” na gestão do SNS.
“Eu pergunto como é que Luís Montenegro, com a sua experiência até de CEO, não consegue garantir que a saúde é gerida também com a mesma destreza com que tem, de alguma forma, gerido os seus casos pessoais”, ironizou, numa referência ao caso relacionado com a empresa familiar do primeiro-ministro que levou à demissão do Governo através da rejeição de uma moção de confiança.
Sousa Real apontou a saúde como uma das áreas de principal fragilidade do Governo liderado por Luís Montenegro, argumentando que a “ideologia e matriz ideológica” da agenda governativa “não é virada para o serviço público no que diz respeito à saúde” e que “isso tem ficado muito claro na degradação” do serviços prestados.
A líder do PAN defendeu que é “absolutamente fundamental que se encontrem medidas eque permitam a valorização dos profissionais” de saúde, apelando que se retome uma “competitividade [salarial] de outros anos” para responder à falta de médicos em zonas “altamente pressionadas” como Lisboa.
Inês de Sousa Real lembrou ainda o caso das falhas no INEM que terão alegadamente levado à morte de, pelo menos, 11 pessoas, reiterando que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deveria ter apresentado a sua demissão e que é “inaceitável” que se mantenh ano cargo.
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza, questionada sobre as semelhanças da proposta política do PAN com a do PS, garantiu que o seu partido “tem sido mais ambicioso” que os socialistas, lembrando que o PAN apresentou propostas para reforçar as políticas de prevenção na saúde, que foram rejeitadas pelo anterior Governo de António Costa.
Sobre parcerias com os privados na saúde, Sousa Real lembrou que “durante a pandemia ficou muito claro que é o Serviço Nacional de Saúde, não é o privado que vai dar a resposta”, acrescentando que “o privado tem que ser complementar” do SNS.
A porta-voz do PAN lembrou as conquistas do partido no parlamento como o aposio ao combate da pobreza menstrual e garantiu que, na próxima legislatura, o partido vai propôr a expansão das unidades de saúde familiar e mais respostas para a valorização dos profissionais.