SAÚDE QUE SE VÊ

Associação lamenta morte de mulher que dependia de ventilação e questiona falta de redundância

LUSA
02-05-2025 13:29h

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência de Médica (ANTEM) lamentou hoje a morte, no dia do apagão, de uma mulher que dependia de ventilação mecânica para sobreviver e questionou a falta de capacidade de redundância nestes casos.

“Quem deveria ter garantido essa mesma redundância em caso de falha prolongada do abastecimento de eletricidade? Existe acompanhamento e supervisão que garantam que todos os cidadãos dependentes deste tipo de equipamentos tenham planos de contingência funcionais?”, questiona a ANTEM, numa nota hoje divulgada.

O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira que ordenou uma averiguação das circunstâncias da morte de uma mulher septuagenária que estava ventilada e que terá morrido, alegadamente, em consequência do apagão de segunda-feira.

O caso da mulher de 77 anos foi avançado pela RTP. Na reportagem emitida no canal público, a família relatou que a mulher, que estava ventilada em casa, morreu no dia do apagão, alegando que a morte se deveu à falta de energia.

“Tendo tido o Ministério da Saúde conhecimento, esta quinta-feira, dia 01 de maio, de uma eventual vítima causada pelo corte de energia no passado dia 28 de abril, a ministra da Saúde decidiu pedir uma auditoria à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para o esclarecimento cabal deste caso”, referiu o ministério, numa breve nota enviada às redações.

No comunicado hoje divulgado, a ANTEM pede “o cabal esclarecimento de todas as circunstâncias que levaram a este desfecho trágico” e questiona, caso se confirme o relato dos familiares da vítima, “como é possível que o sistema de comunicações de emergência nacional falhe novamente num momento crítico”.

“Uma vez mais fica patente que é precisamente nos primeiros minutos de uma emergência que a ação é decisiva”, diz a ANTEM, lembrando que os bombeiros são, na esmagadora maioria dos casos, os primeiros a chegar ao local e, por isso, “necessitam urgentemente de mais educação em medicina pré-hospitalar e de mais capacidade de intervenção clínica”.

A ANTEM recorda que tem alertado diversas vezes para esta lacuna e apontado soluções e considera que os decisores políticos “continuam a evitar uma resposta séria e eficaz para esta deficiência”.

Outra questão que, segundo a ANTEM, deveria ser esclarecida é o tempo de chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMRT), que “segundo o próprio INEM demorou quase 40 minutos a chegar ao local”.

“Esta demora exige uma investigação e o apuramento de todos os factos”, acrescenta a associação, que diz esperar que este caso “não seja mais um a cair no esquecimento, com responsabilidades diluídas ou empurradas para os próprios cidadãos”.

MAIS NOTÍCIAS