A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, à boleia de uma redução das taxas alfandegárias sobre o setor automóvel dos EUA, com os investidores agora mais preocupados com indicadores macroeconómicos, enquanto prossegue a época de resultados.
Os resultados de sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 0,75%, o tecnológico Nasdaq subiu 0,55% e o alargado S&P500 avançou 0,58%.
“O mercado orientou-se para a alta à medida que (…) o governo (dos EUA) deu a entender que se aproximam negociações” sobre as taxas alfandegárias, disse Tom Cahill, analista da Ventura Wealth Management, à AFP.
Os investidores permanecem atentos às últimas informações sobre as negociações relativas à subida das taxas alfandegárias impostas por Donald Trump.
O desenvolvimento mais recente foi a assinatura por Trump, na terça-feira, depois do fecho de Wall Street, de um decreto para evitar que os construtores automóveis dos EUA, que produzam veículos no país, paguem as taxas alfandegárias agravadas sobre os veículos e as peças sobresselentes que importem.
Nos indicadores, a praça bolsista menorizou um barómetro da Conference Board sobre a confiança dos consumidores norte-americanos. Esta continua a baixar, caindo para “um nível nunca verificado desde o início da pandemia do Covid”, destacou a economista Stephanie Guichard, citada no comunicado de divulgação do índice.
No que falta da semana são esperados ainda um índice privilegiado pela Reserva Federal na análise da inflação, o PCE, relativo às despesas pessoais de consumo, bem como o referente ao produto interno bruto dos EUA no primeiro trimestre.
A estes dois, aguardados na quarta-feira, acrescenta-se o relatório oficial sobre o emprego, que deve ser conhecido na sexta-feira.
“Se os números do emprego começarem a deteriorar-se, o banco central deverá tomar uma decisão importante sobre a taxa de juro de referência”, sobre a sua descida ou manutenção, comentou Cahill.
Nas cotadas, a Amazon recuou 0,17%, depois de anunciar que, afinal, já não vai exibir o impacto das taxas alfandegárias agravadas por Trump nos produtos que vende nos EUA. Antes, a Casa Branca tinha criticado o conglomerado de Jeff Bezos por esta decisão, que classificou como “ato hostil e político”.
Na agenda dos operadores bolsistas estão os resultados de quatro das ditas Sete Magníficas, como são conhecidos os conglomerados do setor da tecnologia, a saber, Meta e Microsoft, na quarta-feira, e Amazon e Apple, na quinta.