A secretária regional da Saúde do Governo dos Açores vai pedir a abertura de um processo de averiguações devido a uma denúncia de adulteração de atas das reuniões do conselho de administração do Hospital de Ponta Delgada.
A informação, divulgada pela Antena 1/Açores, foi confirmada à agência Lusa por fonte oficial do Governo dos Açores.
Segundo a mesma fonte, a “secretária regional da Saúde vai pedir à Inspeção Regional da Saúde que abra um processo de averiguações para, na esfera das suas competências, esclarecer os factos em torno das atas do anterior conselho de administração” do Hospital Divino Espírito Santo (HDES).
Na quarta-feira, o vogal do conselho de administração do hospital de Ponta Delgada José Barreto Carvalho denunciou "irregularidades" na gestão da instituição, como a “adulteração” de atas, mas a ex-presidente Manuela Gomes de Menezes disse que são acusações “totalmente falsas”.
Segundo José Carvalho, uma das atas das reuniões da administração do maior hospital dos Açores incluía a posição da antiga presidente, que levantava dúvidas sobre a opção sugerida pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/ PPM) de adquisição de um hospital modular para repor o normal funcionamento da unidade de saúde, que foi danificada por um violento incêndio, em 04 de maio de 2024.
As acusações do vogal hospitalar, que continua em funções no HDES, foram, no entanto, negadas por Manuela Gomes de Menezes, que também foi ouvida hoje na comissão de inquérito, criada pelo parlamento açoriano, por proposta da bancada do PSD.
“São acusações gravíssimas que são totalmente falsas”, garantiu a ex-presidente do HDES, indicando que já encaminhou a situação para os advogados para que seja reposto o seu “bom nome”.
O parlamento açoriano criou uma comissão de inquérito para apurar as causas e as consequências do incêndio que ocorreu no HDES, e para avaliar também as medidas tomadas pelo governo na gestão da catástrofe, após o incêndio.
A comissão deverá apresentar um relatório final, no prazo de 120 dias (a contar do mês de fevereiro), com as suas conclusões.
O incêndio que deflagrou no dia 04 de maio no HDES, na ilha de São Miguel, teve origem “em baterias de correção do fator de potência” e foi combatido durante cerca de sete horas pelos bombeiros, obrigando à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.
Os prejuízos provocados pelo fogo estão estimados em mais de 24 milhões de euros.