Dois polícias que protegiam os vacinadores de uma campanha antipoliomielite no Paquistão foram hoje mortos no segundo ataque mortal desde que se iniciou a vacinação, na segunda-feira, anunciaram responsáveis do governo local.
“Homens de mota dispararam contra a polícia”, disse um responsável da administração local, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O porta-voz do governo provincial, Shahid Rind, confirmou que os dois polícias atingidos morreram.
O Paquistão iniciou na segunda-feira uma campanha de uma semana com o objetivo de vacinar mais de 45 milhões de crianças contra a poliomielite.
Aquele país asiático reportou 74 casos de poliomielite em 2024 e elevou hoje o número de doentes confirmados este ano para sete pessoas, e o vizinho Afeganistão são os últimos países endémicos da poliomielite no mundo.
Mas o programa de combate à poliomielite do Paquistão, lançado em 1994, tem enfrentado desafios persistentes, incluindo desinformação sobre as vacinas e resistência de alguns religiosos fundamentalistas que alegam que a imunização é uma conspiração estrangeira para esterilizar crianças muçulmanas ou um disfarce para a espionagem ocidental.
Os grupos militantes também têm atacado e matado repetidamente os trabalhadores da vacinação contra a poliomielite, incluindo na semana passada.
Segundo o jornal Arab News Pakistan, homens armados atacaram um veículo e raptaram dois vacinadores contra a poliomielite na província de Khyber Pakhtunkhwa e, na segunda-feira, um militante foi morto quando homens armados abriram fogo contra polícias que escoltavam uma equipa da campanha de vacinação nos arredores de Wana, a principal cidade do distrito de Waziristão do Sul.